Cerca de 230 quilos de drogas encontradas e apreendidas dentro de carcaças de CPU de computadores chegaram em Fortaleza por meio de um voo comercial no dia 4 de julho deste ano. Os entorpecentes, que seriam destinados ao tráfico da facção criminosa Comando Vermelho (CV), foram localizados, nessa quinta-feira, 10, em uma residência de fachada no bairro Rodolfo Teófilo.
Além da apreensão, a Polícia Civil do Ceará (PC-CE), por meio da Delegacia de Narcóticos (Denarc), também prendeu em flagrante um homem suspeito de ser o operador logístico responsável pelo armazenamento da droga no local. O suspeito foi identificado como Francisco Ermano Carvalho, de 34 anos, e foi autuado por tráfico de drogas.
Ao todo, foram apreendidos 213 quilos de skunk, uma variante mais potente da maconha; e 16 quilos de cocaína, distribuídas em tabletes. Ao todo, a apreensão custou mais de R$ 5,4 milhões ao grupo criminoso. A investigação revelou que a droga veio do estado do Amazonas com destino à Capital cearense.
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Conforme o titular da Denarc, o delegado Paulo Renato, os policiais identificaram que os criminosos utilizaram uma estratégia para a droga passar despercebida pela fiscalização. Para isso, os suspeitos camuflaram os entorpecentes dentro de gabinetes dos computadores com o mesmo peso do equipamento, só que com droga, para enganar as inspeções.
“Esses gabinetes estavam totalmente ocos por dentro. As investigações apontam que eles calculavam o peso de todo o material que tinha dentro das CPUs, tiravam do do material que tiravam dessa CPUs e colocavam droga dentro, de modo que o mesmo peso daquele material é o peso indicado, em transportadoras”, disse o delegado.
Ainda segundo o titular, foi descartada a suspeita de que companhias aéreas ou funcionários teriam facilitado a entrada da droga na Capital. Foi revelado também que o material entrou de forma legal em Fortaleza, onde os suspeitos teriam efetuado o pagamento de impostos em relação ao material que, na verdade, transportava maconha e cocaína.
A droga teria chegado à residência através de outros suspeitos ainda não identificados. No local, foi identificado que era uma residência alugada de fachada, sem característica de que alguém morasse no espaço. O operador logístico foi responsável, além do armazenamento, pela distribuição da droga na Capital. O POVO apurou que a droga seria destinada ao lucro do CV.
Conforme a Polícia Civil, o homem foi preso em outra residência, na qual ele morava, nas proximidades do local onde a droga foi apreendida. Os policiais também apreenderam no veículo do suspeito as chaves da residência de fachada onde estavam os entorpecentes, que ainda estavam camuflados dentro da CPUs.
O titular da Denarc informou que o próximo passo na investigação é descobrir o destino da droga e de outras pessoas que participaram de alguma forma dessa ação criminosa. A Polícia Civil informou que a prisão realizada em Fortaleza é desdobramento de uma operação ocorrida no dia 4 de julho, em Manaus, no Amazonas.
Na ocasião, foram apreendidos mais de 600 quilos de skunk, avaliados em mais de R$ 12 milhões, que estavam escondidos em airfryers e tinham como destino os estados do Ceará e Pará. Duas pessoas foram presas em flagrante durante a ação.
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Ainda como consequência dessa mesma investigação, na quarta-feira 09 de julho, após nova troca de informações entre a PC-AM e a Polícia Civil do Pará (PCPA), foram apreendidos cerca de 152 quilos de maconha do tipo skunk em um porto localizado na Avenida Arthur Bernardes, bairro da Pratinha, em Belém
Foram presos 11 integrantes da facção criminosa de origem cearense Guardiões do Estado (GDE), sendo uma liderança, um homem, de 31 anos, identificada apenas como “Cego” e outros dez membros da facção. As capturas aconteceram durante uma operação “Refratária”, da Polícia Civil do Ceará (PC-CE).
Na operação, foram cumpridos onze mandados de prisão, sendo que cinco já estavam reclusos em unidades prisionais, inclusive o líder da facção.
Ele foi apontado por comandar o tráfico de drogas nos bairros São João do Tauape, Piedade, Joaquim Távora, bem como nas cidades de Maracanaú e de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Segundo o titular da 10ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil do Ceará (DHPP), Ícaro Coelho, a investigação foi iniciada a partir da prisão da liderança em novembro do ano passado.
Com a captura do celular, foi identificado conversas entre integrantes do grupo criminoso, no sentido de promover o tráfico de drogas, a corrupção de menores, homicídios contra desafetos de grupos criminosos rivais.
O delegado revelou que o líder criminoso tinha a função de cooptar as pessoas, os soldados, para que pudessem colocar a “mão na massa”, ou seja, o serviço mais sujo, como homicídio e o tráfico de drogas mais ostensivo.
Foram empregados aproximadamente 170 policiais na operação e resultaram em 70 mandados de busca e apreensão. Os alvos tinham entre 18 e 35 anos. A Polícia Civil informou que não houve apreensão de drogas.