Senadores americanos promoviam neste domingo (13) uma lei bipartidária que daria ao presidente Donald Trump poderes para impor sanções "contundentes" contra a Rússia, antes da visita de seu enviado especial à Ucrânia.
Trump indicou estar aberto à implementação dessa legislação em um momento em que suas relações com o homólogo russo, Vladimir Putin, estão cada vez mais frias.
O enviado especial Keith Kellogg deve iniciar sua visita à Ucrânia em um momento em que Trump afirmou que fará um "anúncio de grande magnitude... sobre a Rússia" nesta segunda-feira.
O senador republicano Lindsey Graham garantiu ter a maioria no Senado a favor de sua proposta legislativa, que vem ganhando força enquanto os esforços de Washington para alcançar a paz na Ucrânia enfrentam dificuldades para obter sucesso.
A lei permitiria a Trump "atingir a economia de Putin e de todos os países que sustentam a máquina de guerra de Putin", disse Graham à emissora CBS.
Trump, que tem repetido estar "decepcionado" com Putin, enquanto Moscou lança mortais ataques com mísseis contra Kiev, já deu a entender que pode estar disposto a endurecer as sanções.
Nos últimos seis meses, Trump se manteve paciente, tentando persuadir Putin a pôr fim à guerra.
Mas a paciência do presidente republicano parece estar se esgotando, ao dizer a repórteres em uma reunião de gabinete na Casa Branca, na terça-feira, que Putin estava dizendo "um monte de bobagens" sobre a Ucrânia.
Na semana passada, Trump também concordou em enviar mais armas à Ucrânia, inclusive por meio de um acordo com a Otan que envolveria a compra, pela aliança, de armamento americano para enviá-lo ao país.
Na quinta-feira, ele pareceu apoiar o projeto de lei, mas não confirmou se o utilizaria para impor sanções a Moscou.
"Eles vão aprovar uma lei de sanções muito importante e muito agressiva, mas cabe ao presidente decidir se quer aplicá-la ou não", disse Trump à NBC.
"Esse pacote legislativo que estamos discutindo daria ao presidente Trump a capacidade de impor tarifas de 500% a qualquer país que ajude a Rússia", afirmou Graham, acrescentando que isso poderia incluir economias que compram produtos russos, como China, Índia ou Brasil.
"Esse é, verdadeiramente, um maço disponível para o presidente Trump encerrar a guerra", acrescentou o senador.
"Sem dúvida, este é exatamente o tipo de apoio que pode aproximar a paz e fazer com que a diplomacia não seja vazia", disse em sua conta na rede X o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre o projeto de lei.
Graham e o senador democrata Richard Blumenthal planejavam se reunir na noite de segunda-feira com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
Blumenthal disse à CBS News que também discutiriam a delicada questão legal de descongelar ativos russos na Europa e nos Estados Unidos para que a Ucrânia possa ter acesso a esses recursos.
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