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Após 9 anos, Fortaleza retoma conferência de políticas para mulheres
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Após 9 anos, Fortaleza retoma conferência de políticas para mulheres

"Prioridade zero" é o enfrentamento à violência contra a mulher, reestruturando serviços e criando novas Casas da Mulher em Fortaleza de forma descentralizada
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5ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, em Fortaleza (Foto: Thays Maria Salles)
Foto: Thays Maria Salles 5ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, em Fortaleza

 

 

Depois de nove anos, Fortaleza voltou a realizar a Conferência Municipal de Políticas para Mulheres. A 5ª edição do evento ocorreu neste sábado, 19, no auditório da Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace), prédio anexo da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Com tema “mais democracia, mais igualdade, mais conquista para todas”, ação tem como objetivo formular propostas com base em 12 eixos temáticos e eleger 17 delegadas que representarão a Capital nas etapas estadual e nacional, previstas, respectivamente, para os dias 22 e 23 agosto e de 29 de setembro a 1º de outubro.

A conferência municipal segue normas e diretrizes coordenadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher(CNDM) e pelo Ministério das Mulheres.

De acordo com Fátima Bandeira, secretária das Mulheres de Fortaleza e presidenta do Conselho Municipal da Mulher, as propostas da conferência também servirão para a formulação de um plano municipal da gestão Evandro Leitão (PT)."Tudo que for proposto nesta conferência, nós vamos acolher. E vamos ter uma próxima etapa, que aí não é mais conferência, mas é para a construção do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres. Então, o que for produzido aqui vai integrar também esse outro momento de participação popular", informou Bandeira.

Como promessa de campanha, a gestão municipal criou em abril a Secretaria das Mulheres, que começou a ser estruturada em maio. A titular da pasta enfatiza que a "prioridade zero" é o enfrentamento à violência contra a mulher, reestruturando serviços como os do Centro de Referência Francisca Clotilde, e criando novas Casas da Mulher em Fortaleza de forma descentralizada. A meta, conta Bandeira, é ampliar a rede com a criação de dez novas Casas da Mulher em regionais ainda não atendidas. A primeira será implantada no bairro Cristo Redentor, com previsão de ser inaugurada em novembro.

"Essas casas vão pros territórios, porque, se você pensar, a realidade da Regional 2é completamente diferente da realidade da Regional 1. Como hoje a gente só tem uma Casa da Mulher Brasileira, que é no Couto Fernandes, a maioria das mulheres atendidas são do entorno", explicou.Aliado ao combate à violência contra mulher, Bandeira citaa geração de emprego e renda como prioridade do plano municipal."O ciclo da violência tem uma conexão direta com a falta de autonomia financeira das mulheres. Muitas vezes ela não sai [desse ciclo] porque não sabe como vai sustentar a família".

A secretária estadual das Mulheres, deputada Lia Gomes (PSB), também participou da conferência e mencionou a necessidade de ouvir a base para formular políticas públicas. "Quando você vai para cada município, você percebe realidades diferenciadas. Muitas vezes o que está no seu fluxo não é a realidade das pessoas", ponderou.

Casa da Mulher Brasileira

Lia explica ainda que o Governo do Ceará atua com uma Casa da Mulher Brasileira, localizada em Fortaleza, e três Casas da Mulher Cearense, em Juazeiro, Sobral e Quixadá. Segundo ela, esses equipamentos são maiores e mais custosos, por isso a necessidade da instalação de unidades municipais.

A meta, conforme Lia, é entregar ao menos 29 casas municipais até abril de 2026, quando deve deixar a Secretaria Estadual das Mulheres para tentar reeleição como deputada. "Eu costumo até dizer que é uma obsessão abrir essas casas municipais", disse. 

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