Na última sexta-feira, 25, o Brasil participou do velório da cantora e atriz brasileira Preta Gil. A artista que encantava o público por seu talento e trabalho foi cercada de câmeras até o fim da vida, com transmissões ao vivo de todos que passaram para se despedir.
O interesse público por ver em imagens o sofrimento de familiares e amigos famosos da cantora transformou a cerimônia mais triste de uma pessoa em um espetáculo midiático, que rendeu vídeos e notícias entre os mais vistos/lidos durante todo o dia.
Durante o tratamento, registros da artista no hospital foram compartilhados e republicados pelo público geral. Cada semblante que mudava em seu rosto era percebido por milhões de pessoas na TV e nas redes sociais. A cobertura do tratamento incluía desentendimentos e amizades que cercavam a sua vida.
No entanto, apesar do susto ao assistir em 4K o luto das pessoas que cercavam Preta Gil, devemos lembrar que ela escolheu em vida ser velada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, assim como determinou quais seriam as 100 músicas tocadas durante a cerimônia.
É positivo pensar que podemos ter autonomia até depois da vida. Se Preta decidiu que seu velório aconteceria em clima de homenagem e não de lamento, ainda bem que foi respeitada. Parece ser uma questão de dignidade poder decidir como será sua última participação social.
Ainda bem que Preta Gil teve tempo de se despedir e organizar sua despedida. No entanto, seu carisma, força e vontade de viver são uma grande perda para a humanidade.