STF marcou o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus. O 2 de setembro já está, então, marcado com destaque na história da política brasileira.
Independente do resultado, já é emblemático um ex-presidente eleito em uma democracia estar no banco dos réus. Especialmente, tendo sido denunciado como parte de um "núcleo central" de uma trama para extinguir as instituições que pavimentaram a possibilidade dele ser eleito não só em 2018 para a Presidência, mas em todos os anos em que foi deputado.
Os ministros da Primeira Turma vão seguir um cronograma apertado e especial para evitar que o caso seja postergado para o ano que vem. O temor é que o julgamento respingasse politicamente no processo eleitoral de 2026. Mas, apesar da disposição dos ministros, não há como tirar da equação o impacto da Suprema Corte brasileira analisar um caso envolvendo crimes contra a ordem democrática.
As atenções já estão centradas, não só dos brasileiros, mas também da comunidade internacional. Se a existência do processo em si, já foi usado como bode expiatório para o Brasil ser taxado pelos Estados Unidos. E se a prisão domiciliar de Bolsonaro já foi usada como justificativa para tumulto e tentativas de chantagens no Congresso, o que acontece em país que tem uma democracia tão nova, mas que já viu tantas reviravoltas, ao presenciar esse desfecho? Sem pedidos de vistas, após setembro, veremos os próximos capítulos.