O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu a saída do Brasil do grupo Brics durante o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República. Segundo Zema, o bloco de países em desenvolvimento é uma "colcha de retalhos", um "Frankenstein".
"Nenhum país original do Brics é da América Latina, sequer da América. Não faz sentido. Além disso, temos um governo do PT que prega democracia, mas se alia a ditaduras e regimes sem liberdade. O Brics está nesse contexto", disse o pré-candidato. "Não é um bloco econômico, não traz benefícios claros. O Brasil precisa se aproximar de países democráticos ocidentais, que têm raízes culturais comuns conosco." Zema não defende o fim das negociações com países como Índia, China ou Rússia, ressaltando que acordos bilaterais continuam sendo possíveis.
O chefe do Executivo mineiro enxerga três principais desafios: dar o bom exemplo a partir da liderança, combater a "gastança" e enfrentar a criminalidade e a corrupção. Defendeu ainda a necessidade de união, em vez de perseguição a adversários, e recorreu a uma metáfora para ilustrar seu ponto: segundo ele, não adianta marido e mulher brigarem enquanto os filhos ficam sem almoço, sendo necessário que conversem para garantir uma casa organizada e comida na mesa.
A afirmação se dá em meio ao contexto do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos e endossado pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Apesar de afirmar que o presidente Lula (PT) tem responsabilidade pelas sobretaxas, Zema diz que Eduardo causou um "problema para a direita" e "um erro não justifica o outro".