Passado e presente estiveram lado a lado nesta quarta-feira, 27, em evento que celebrou os 160 anos do Colégio Imaculada Conceição. Cerimônia ocorreu na Igreja do Pequeno Grande, em Fortaleza, e buscou prestigiar a escola homenageando dez ex-alunas que usaram o aprendizado obtido para o bem comum.
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Pioneiro na educação das mulheres da Capital, o colégio foi fundado em 15 de agosto de 1865 e tinha a finalidade inicial de abrigar e educar meninas órfãs. Em 2015 o prédio foi tombado como patrimônio histórico de Fortaleza e passou a compor a Escola Jesus, Maria e José e a Escola Justiniano de Serpa.
Entre o século passado e o atual, a unidade escolar impulsionou caminhos como o de Rachel de Queiroz, escritora e primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), e Angela Gutiérrez, professora e primeira mulher a assumir a presidência da Academia Cearense de Letras (ACL).
Foi para celebrar histórias como essas que a Associação das Ex-Alunas do Colégio Imaculada Conceição (AECIC) realizou uma cerimônia hoje, revivendo a história da escola e festejando o seu aniversário.
Marlene Guilherme, presidente do órgão, contou que a ideia surgiu por meio do desejo de reunir e homenagear ex-alunas cujas trajetórias profissionais inspiram. "Nós temos diversas alunas que se destacaram na medicina, na justiça, na arte, na música e é uma maneira de agradecer (a elas)", diz.
Homenageadas foram convidadas a subir no púlpito da igreja para receber a Medalha Nossa Senhora das Graças e tiveram o trajeto profissional destacado, sendo aplaudidas pelo público presente.
Ex-alunas que receberam a homenagem foram: Ângela Gurgel; Anya Ribeiro; Célia Maria Félix; Conceição de Maria Ribeiro; Eveline Barbosa Silva Carvalho; Maria Altina Gondim Rocha; Maria Araci de Andrade Pontes; Maria das Graças Saraiva Leão; Olga Vale Oliveira Machado e Rosângela de Albuquerque Ribeiro.
Em discursos, lidos pela cerimonialista, as prestigiadas reconheceram a importância da escola como fator impulsionador de suas formações. Anya Ribeiro, 77, uma das homenageadas, conta que passou a estudar no colégio ainda no jardim de infância e permaneceu estudando por dez anos na instituição.
Administradora e arquiteta, ela foi a primeira secretária de turismo do Ceará. O caminho até o pioneirismo passou pela escola, onde diz ter formado seu caráter, ganhado conhecimento e se aproximado da religião.
"(O colégio) Me encaminhou, foi toda a base do meu conhecimento para depois entrar nos cursinhos e fazer o curso para entrar nas universidades. Toda a minha base de formação, não só de aprendizado", diz.
Além das homenageadas, os bancos da igreja estiveram lotados de outras ex-alunas. Muitas se reencontraram depois de anos e celebraram uma das heranças deixadas pela escola: a amizade.
"(Tenho da escola) A lembrança da mudança de infância para adolescência, muito bem orientada pelas freiras e pelo convívio com as amigas. Sempre fizemos boas amizades, até hoje", conta Alessandra Aragão, 73, que estudou no colégio por oito anos e hoje conseguiu reencontrar com amigas da época.
"É gratificante (estar no evento) e estar bem, estar com saúde e estar com todas as amigas. Cada uma que a gente vê é uma emoção diferente", conta, completando: "Eu sou cerimonialista e desde o colégio eu sou mestre de cerimônias e sempre gostei de ler o evangelho, de participar dos eventos, de declamar. Então aqui foi um aprendizado até para a minha atividade atual".