FACÇÕES. Na última quinta-feira, três operações, que contaram com participação de diversas agências, revelaram uma série de esquemas criminosos que perpassavam toda a cadeia produtiva da área de combustíveis, beneficiando inclusive o Primeiro Comando da Capital (PCC). Um dos muitos pontos que chamaram a atenção na investigação foi a forma como os criminosos lavavam e blindavam os capitais constituídos ilicitamente. Novamente, as fintechs apareceram como um subterfúgio utilizado de maneira criminosa.
As discricionariedades próprias a essas intermediadoras de pagamento dificultam o monitoramento dos valores movimentados, beneficiando, em muito, atividades ilícitas. "Essas open finances também não são passíveis de bloqueio de valores por meio do Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud)", já havia mostrado O POVO na reportagem Máfias internacionais estão por trás de influenciadores que divulgam o "Jogo do Tigrinho", publicada em maio. 'Então, o pilantra foi ao banco tradicional, abriu a instituição de pagamento", afirmou o delegado (Erick Sallum). 'Aí, depois, o pilantra procura outro pilantra e abre uma (conta) embaixo. E só lá embaixo você teria os usuários finais. Isso aqui gera um embaralhamento do dinheiro que é impossível ser rastreado'".
Na coletiva realizada pelas autoridades que participaram da operação Carbono Oculto, foi consenso que medidas no âmbito penal, marcos regulatórios e outras ações administrativas são de suma importância.