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Trump afirma que 11 narcotraficantes morreram em ataque contra barco saído da Venezuela
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Trump afirma que 11 narcotraficantes morreram em ataque contra barco saído da Venezuela

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O presidente Donald Trump anunciou nesta terça-feira (2) a morte de 11 "narcotraficantes" em um ataque no mar do Caribe contra uma embarcação que transportava drogas da Venezuela, marcando uma escalada após o posicionamento de navios de guerra na região.

As forças americanas "atiraram contra uma embarcação (...) que transportava muitas drogas", disse Trump na Casa Branca. "Então a eliminamos", especificou.

Em seguida, o presidente acrescentou em uma mensagem na sua rede Truth Social que o ataque ocorreu enquanto os traficantes, do grupo Tren de Aragua, estavam em águas internacionais.

"O ataque resultou em 11 terroristas mortos em ação", assegurou.

"As forças armadas americanas realizaram um ataque letal", acrescentou o secretário de Estado, Marco Rubio, pouco antes de iniciar uma visita oficial ao México nesta quarta-feira.

Os Estados Unidos "usarão todo seu poder para enfrentar e erradicar esses cartéis de drogas, não importa de onde operem", concluiu.


- Fim da "impunidade" -

O anúncio ocorreu após dias de crescentes tensões entre Washington e Caracas, que romperam relações em 2019.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou estado de máxima alerta para se defender do que ele qualifica como ameaças militares dos Estados Unidos.

O governo Trump, que acusa Maduro de liderar um cartel de drogas, posicionou navios de guerra no sul do Caribe em uma operação classificada como antidrogas.

Trump não ameaçou invadir a Venezuela.

"Esta é uma operação antidrogas", respondeu Rubio a perguntas de jornalistas em Miami sobre uma possível intervenção na Venezuela.

"Chegaram ao fim os dias de agir com impunidade, de inutilizar um motor a tiros ou confiscar alguns carregamentos de drogas de um barco", afirmou.

Em contraponto, Caracas anunciou na segunda-feira o envio de 15 mil membros das forças de segurança para a fronteira com a Colômbia, em operações contra o narcotráfico.


- Acusações repetidas -

As acusações de narcotráfico contra o regime venezuelano remontam a anos anteriores à chegada de Trump ao poder.

Embora os relatórios anuais da ONU não classifiquem a Venezuela como um país produtor, sua condição de plataforma de distribuição do narcotráfico é destacada por especialistas.

As relações entre os dois países pioraram drasticamente após as eleições presidenciais na Venezuela do ano passado, que levaram Maduro novamente ao poder em meio a denúncias de fraude da oposição e fortes críticas, tanto na América Latina como em Washington e capitais europeias.

A Venezuela expulsou a Administração de Controle de Drogas dos Estados Unidos (DEA) em 2005, alegando que se intrometia em seus assuntos internos.

Em 2020, os Estados Unidos acusaram formalmente Maduro de "narcoterrorismo" e ofereceram 15 milhões de dólares (82 milhões de reais) por informações que levassem à sua captura, uma quantia que o governo de Joe Biden elevou posteriormente para 25 milhões de dólares (136 milhões de reais).

O governo Trump aumentou esse valor para 50 milhões de dólares no mês passado (273 milhões de reais).

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, garantiu após essa medida de pressão que seu governo "não tinha provas" de que Maduro estava ligado ao cartel de Sinaloa, um dos mais poderosos do país.

No entanto, as ações judiciais nos Estados Unidos contra o regime de Maduro e o próprio presidente continuam a se acumular.

Em dezembro de 2023, o governo de Biden libertou o empresário colombiano Alex Saab, alegado testa de ferro do presidente venezuelano, em troca de 10 americanos presos na Venezuela.

Saab foi acusado pela procuradoria dos EUA de estar diretamente envolvido na lavagem de dinheiro.

Em 2015, dois sobrinhos da primeira-dama venezuelana, Efraín Antonio Campo Flores e Francisco Flores de Freitas, foram presos pela DEA no Haiti, acusados de tentar transportar 800 quilos de cocaína para os Estados Unidos.

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