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Descarrilamento do Elevador da Glória deixa 15 mortos e 18 feridos em Lisboa
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Descarrilamento do Elevador da Glória deixa 15 mortos e 18 feridos em Lisboa

Entre as vítimas há estrangeiros, mas ainda não foi possível fazer a identificação de nacionalidades
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POLÍCIA e bombeiros trabalham no local do acidente (Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP)
Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP POLÍCIA e bombeiros trabalham no local do acidente

O descarrilamento de um funicular que percorre um dos bairros mais turísticos de Lisboa deixou, nesta quarta-feira (3), pelo menos 15 mortos e 18 feridos, dos quais cinco estão em estado grave, informou um responsável dos serviços de emergência.

Todas as vítimas foram retiradas dos escombros do acidente, indicou Tiago Augusto, responsável pelo serviço de urgências médicas (Inem), que acrescentou que entre as pessoas afetadas havia estrangeiros, embora não pudesse precisar suas nacionalidades.

O acidente, cujos detalhes ainda não são conhecidos, ocorreu às 18h05 locais, perto da Avenida da Liberdade, quando o vagão do famoso Elevador da Glória, que conecta a Praça do Rossio às localidades do Bairro Alto e Príncipe Real, descarrilou.

Uma testemunha do acidente declarou ao canal SIC que havia visto o veículo descer "a toda velocidade" a íngreme ladeira pela qual circula diariamente, antes de colidir contra um edifício.

"Chocou contra um edifício com uma força brutal e desmanchou como uma caixa de papelão, não tinha freios", contou essa mulher.

Um grande aparato montado pelos bombeiros, a polícia e os serviços de emergência médica continuava ativo à noite no meio da rua inclinada onde o funicular se encontrava, tombado e muito danificado, constataram jornalistas da AFP.

É "uma tragédia que nunca havia ocorrido em nossa cidade", declarou o prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, pouco antes de os serviços de emergência confirmarem o primeiro balanço de 15 mortos.


- Protocolos de manutenção -

O governo decretou um dia de luto nacional nesta quinta-feira e lamentou o "trágico acidente" que provocou a "irreparável perda de vidas humanas", segundo o texto fornecido à agência Lusa pelo gabinete do primeiro-ministro Luís Montenegro.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também expressou no X suas condolências às famílias das vítimas, assegurando que ficou "triste" ao saber do acidente.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostravam, em meio a uma nuvem de fumaça, um funicular totalmente destruído contra uma parede, depois de aparentemente não ter feito a curva no final da rua por onde transitava.

O veículo, com capacidade para cerca de quarenta passageiros, é um meio de transporte muito apreciado pelos numerosos turistas que visitam a capital portuguesa.

A companhia que opera o transporte público de Lisboa afirmou ter respeitado "todos os protocolos de manutenção".

"Tudo foi escrupulosamente cumprido", declarou Pedro Bogas, diretor da Lisboa Carris, no local do acidente, e acrescentou que uma empresa externa realiza a manutenção dos funiculares há 14 anos.

Segundo o site dos Monumentos Nacionais, o Elevador da Glória foi construído pelo engenheiro franco-português Raoul Mesnier du Ponsard e inaugurado em 1885. A partir de 1915, passou a ser movido por eletricidade. É um dos três funiculares emblemáticos de Lisboa.

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