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Elmano sanciona lei para distribuir sementes e retomar o algodão do Ceará
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Elmano sanciona lei para distribuir sementes e retomar o algodão do Ceará

A iniciativa do Governo do Estado foi aprovada na Assembleia Legislativa no dia 26 agosto e visa também subsídio e assistência técnica aos produtores rurais
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NO BRASIL, exportações de algodão registraram alta de 171% (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR)
Foto: Clauber Cleber Caetano/PR NO BRASIL, exportações de algodão registraram alta de 171%

O governador Elmano de Freitas (PT) sancionou nesta sexta-feira, 5 de setembro, lei que incentiva o cultivo do algodão no Ceará, por meio do Programa Estadual de Fortalecimento e Revitalização da Cotonicultura.

A ideia é distribuir sementes de qualidade aos produtores rurais cearenses, além de incentivá-los, por meio de subsídio e com o fornecimento de assistência técnica.

“Vamos gerar mais emprego, renda e desenvolvimento sustentável para a agricultura cearense”, disse o gestor, ao publicar nas redes sociais o anúncio da sanção.

A iniciativa do Governo do Estado foi aprovada na Assembleia Legislativa no dia 26 de agosto.

Nas décadas de 1970 e 1980, o Ceará figurava entre os maiores produtores do País. O algodão, conhecido como “ouro branco”, sustentava milhares de famílias e movimentava a indústria têxtil.

Mas a partir dos anos 1990, a atividade entrou em declínio, principalmente devido à praga do bicudo-do-algodoeiro besouro da família dos curculionídeos, originário da América Central, de coloração cinzenta ou castanha e mandíbulas afiadas, utilizadas para perfurar o botão floral e a maçã dos algodoeiros , à ausência de políticas públicas de incentivo e à concorrência com culturas mais rentáveis. O resultado foi a desestruturação de uma cadeia que tinha forte impacto econômico no Interior.

Hoje o Estado não está entre as principais produções do cultivo e, por isso, visa voltar ao ranking nacional e ganhar a expressividade que não possui mais.

Agora, o governo aposta em um modelo mais moderno e sustentável para reverter esse cenário. O governador afirmou que o Estado tem condições de voltar a ser referência no cultivo.

O que prevê o programa

Segundo a proposta, os agricultores cadastrados terão acesso a sementes selecionadas, adaptadas ao clima e ao solo do semiárido cearense.

A distribuição será acompanhada de assistência técnica, com acompanhamento desde o preparo do solo até a colheita.

Também haverá orientação para práticas modernas de cultivo, uso de insumos biológicos e medidas de vigilância fitossanitária, como o “vazio sanitário” – período sem plantio que impede a sobrevivência de pragas.

Outro eixo do programa é a rearticulação da cadeia produtiva. Atualmente, grande parte do algodão usado pela indústria têxtil do Estado vem de fora.

A expectativa é que a retomada do cultivo local reduza essa dependência, fortaleça a indústria, gere empregos e atraia novos investimentos privados.

Pequenos e médios produtores, especialmente vinculados à agricultura familiar, terão prioridade no cadastro.

O governo afirma que essa inclusão é estratégica para estimular práticas sustentáveis e diversificar a renda de famílias que já cultivam milho, feijão e outras culturas de subsistência. 

Próximos passos

O cronograma do programa prevê que a primeira etapa de distribuição de sementes ocorra ainda este ano, para preparar o plantio para o próximo ciclo agrícola.

A proposta também prevê acompanhamento contínuo para mensurar resultados, identificar gargalos e ampliar gradualmente o alcance da política. (Com Mariah Salvatore)

AO VIVO: Entrevista com o governador do Ceará Elmano de Freitas

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