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Morre Silvio Tendler, cineasta e historiador, aos 75 anos
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Morre Silvio Tendler, cineasta e historiador, aos 75 anos

Reconhecido como um dos principais documentaristas do Brasil, cineasta Silvio Tendler morre aos 75 anos
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Reconhecido como um dos principais documentaristas do Brasil, cineasta Silvio Tendler morre aos 75 anos (Foto: Gabriela Nehring/Divulgação)
Foto: Gabriela Nehring/Divulgação Reconhecido como um dos principais documentaristas do Brasil, cineasta Silvio Tendler morre aos 75 anos

Morreu nesta sexta-feira, 5, o cineasta carioca Silvio Tendler, aos 75 anos de idade. A informação foi confirmada pela Caliban, produtora fundada pelo artista em 1981, em publicação nas redes sociais. Ao O Globo, a família de Silvio detalhou que sua morte foi em decorrência de uma infecção generalizada.

“Silvio deixa uma filha, um neto, mais de cem obras, incontáveis amigos, centenas de ex-alunos, uma legião de fãs e a semente da justiça social plantada em todos nós”, confirma a produtora pelo Instagram, descrevendo-o como “utopista e admirador da vida”.

Nascido em 12 de março de 1950, no Rio de Janeiro, Silvio Tendler iniciou sua trajetória em meados da década de 1960, ao participar de clubes e movimentos artístico-culturais. Em 1968, produziu seu primeiro filme sobre a Revolta da Chibata, mas teve os negativos originais queimados durante a ditadura militar.

Em 1970, se mudou para o Chile e começou a atuar integralmente no cinema ao integrar a Chilefilms e Editora Nacional Quimantú, chegando a realizar um filme que abordava a política governamental do país.

Se especializou em cinema e audiovisual na França, onde estudou sobre cinema documental e se formou em História na Université de Paris VII. Lá, fez mestrado em Cinema e História pela École des Hautes-Études, em 1976.

Retornando ao Brasil no mesmo ano, produziu seu primeiro longa-metragem, “Os anos JK - Uma trajetória política”. Na volta para o País, começou a lecionar na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio de Janeiro), ministrando a primeira turma de Cinema e História e sendo membro do Departamento de Comunicação Social até então.

Com o lançamento de “JK” em 1980, Silvio Tendler ganhou notoriedade no ramo e foi convidado por Paulo Aragão Neto para assumir a direção do filme “O Mundo Mágico dos Trapalhões”, longa assistido por 1,8 milhão de espectadores, reconhecido como a maior bilheteria para filmes nacionais no segmento documentário.

Silvio construiu carreira na cinematografia voltada para temáticas de cunho político e histórico, com filmes sobre agentes sociais e da política: “Jango” (1984), “Marighella, Retrato falado do guerrilheiro” (2001), “Oswaldo Cruz - O Médico do Brasil” (2003) e “Tancredo: A travessia” (2011); além de artistas e intelectuais: “Josué de Castro - Cidadão do Mundo” (1994), “Castro Alves – Retrato falado do poeta” (1998), “Milton Santos - Pensador do Brasil” (2001) e “Glauber o Filme, Labirinto do Brasil” (2003).

Reconhecido por sua ação na preservação da memória nacional, Silvio Tendler recebeu diversas honrarias que celebram sua história. Medalha Pedro Ernesto, em 1984; Medalha Juscelino Kubitschek, em 2003; Ordem de Rio Branco, em 2006; Diploma de Honra ao Mérito da PUC-Rio, em 2009; Troféu Fundação Memorial da América Latina, em 2014; e Ordem do Mérito Cultural, em 2025.

Com Agência Brasil

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