Com previsão de uma nova edição ainda neste ano, o mutirão "Dia C de Cirurgias", que tenta acelerar procedimentos eletivos no Ceará, somou 3.067 cirurgias no sábado, 20. Número é 18% acima do planejado, ultrapassando em 467 a meta inicial de 2.600 cirurgias, sendo a maioria (1.663) de Oftalmologia. Cerca de 60 mil pessoas ainda estão na fila.
O maior volume de atendimentos ocorreu em Fortaleza e Região Metropolitana, com 1.204 cirurgias. Em seguida aparecem as regiões:
- Norte: 1.071
- Sul: 459
- Litoral Leste/Jaguaribe: 213
- Sertão Central: 120
De acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), 104 unidades de saúde em 54 cidades participaram da ação, entre hospitais da rede estadual, equipamentos municipais e serviços conveniados.
Ao todo, 16 especialidades médicas foram contempladas: Oftalmologia, Cirurgia Geral, Ortopedia/Traumatologia, Ginecologia, Bucomaxilar, Oncologia, Urologia, Aparelho Digestivo, Vascular, Otorrinolaringologia, Cardiologia, Mastologia, Cirurgia Pediátrica, Neurocirurgia, Pneumologia, e Cabeça e Pescoço.
A secretária da Saúde do Estado, Tânia Mara Coelho, destacou a importância dos números, divulgados nesta segunda-feira, 22.
“Esse número superou nossas expectativas e demonstra a força da rede Sesa quando unimos esforços. Foi uma surpresa positiva ver tantas pessoas atendidas em especialidades como Cirurgia Geral, Ortopedia, Bucomaxilo, garantindo a retomada da qualidade de vida de muitos pacientes que aguardavam há anos”.
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De acordo com a titular da Sesa, o volume registrado no mutirão representou um aumento de 724% em relação à média diária de cirurgias realizadas no Ceará entre janeiro e agosto de 2025.
Somente neste ano, conforme a Sesa, já foram realizados cerca de 100 mil procedimentos. Em 2024, o número ultrapassou 160 mil cirurgias. A Secretaria informou que, desde o início do Programa de Redução de Fila de Cirurgias Eletivas, em 2023, o Estado já soma 388.410 procedimentos concluídos.
Mesmo com os resultados, cerca de 60 mil pacientes seguem cadastrados na fila de espera para procedimentos programados e não urgentes. No Dia C, a prioridade foi dada às especialidades de maior demanda, como Oftalmologia — uma das filas mais extensas — e Cirurgia Geral. Os pacientes foram chamados conforme ordem de cadastro e regras de regulação.
“É importante lembrar que, além do Dia C, todos os dias há cirurgias acontecendo na rede estadual. O mutirão foi uma forma de aproveitar a capacidade instalada do fim de semana para ampliar o número de procedimentos”, ressaltou Tânia Mara Coelho.
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De acordo com Melissa Medeiros, responsável pelo Programa Estadual de Redução de Filas de Cirurgias Eletivas da Sesa, a preparação para o mutirão envolveu não apenas o agendamento dos procedimentos, mas também a realização de exames laboratoriais e de imagem, além da orientação aos pacientes.
“Uma equipe central esteve dedicada à coordenação e ao monitoramento das ações em todas as regiões do Estado. Esse trabalho próximo dos prestadores e unidades hospitalares foi essencial para sensibilizar e engajar todos os envolvidos, mostrando que, mesmo em um território tão extenso, o Ceará pode funcionar de forma estratégica e integrada como uma verdadeira rede”, destacou.
O secretário executivo de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional, Lauro Perdigão, destacou o impacto qualitativo da ação:
“O movimento gerou um impacto muito forte: trouxe otimismo aos municípios e hospitais participantes e despertou em outros a vontade de também se engajar. Ficamos com o sentimento de missão cumprida e, ao mesmo tempo, com o desejo de repetir a experiência, sempre lembrando da necessidade de planejamento para que tudo aconteça em sintonia”.
Ainda de acordo com a Sesa, durante o Dia C, foi assinada uma portaria que garantiu a liberação de R$ 22 milhões em recursos adicionais para o Ceará, somando-se a outros R$ 52 milhões já repassados pelo programa federal Agora Tem Especialistas.
A iniciativa, que funciona de forma integrada entre União, estados e municípios, busca acelerar o acesso da população a consultas, exames, cirurgias e tratamentos especializados, fortalecendo a rede pública de saúde e dando mais agilidade ao atendimento dos pacientes.