Logo O POVO+
Arquitetos discutem planejamento urbano e o Plano Diretor de Fortaleza
Farol

Arquitetos discutem planejamento urbano e o Plano Diretor de Fortaleza

O 1° Ciclo de Debates Urbanos reuniu especialistas para debater os desafios de Fortaleza nesta sexta-feira, 26, e formalizar uma carta de contribuições a partir das discussões
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
A VICE-PRESIDENTE do Ipplan, Lia Parente (Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO A VICE-PRESIDENTE do Ipplan, Lia Parente

Um ciclo de debates urbanos organizado por várias entidades de arquitetura e urbanismo no Ceará ocorreu na manhã desta sexta-feira, 26, para discutir soluções para os desafios das cidades e apresentar propostas que poderiam integrar o Plano Diretor de Fortaleza Um plano diretor de um município é uma lei municipal que estabelece as diretrizes para o desenvolvimento e crescimento ordenado da cidade. O documento busca organizar o uso do solo, a infraestrutura e os serviços para garantir a qualidade de vida da população e o cumprimento da função social do espaço urbano. .

LEIA MAIS | Ataque em Sobral: ONG pediu transferência de estudante ameaçado em agosto

O evento ocorreu no auditório do Sebrae, das 9h às 18h, com programação gratuita e aberta ao público.

Após o Ciclo, os arquitetos formalizaram uma carta de contribuições a partir das discussões, abordando temas cruciais como o crescimento sustentável, a ocupação do solo, as zonas de interesse ambiental e a redução das desigualdades territoriais de Fortaleza.

Ao fim, houve a leitura da carta “Cidades para hoje e para o futuro: compromisso coletivo com Fortaleza”.

O debate foi promovido pelo Colegiado das Entidades Estaduais de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CEAU) — integrado pelo CAU/CE, AsBEA, IAB-Departamento do Ceará e FENEA —, apoio da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA).

Brenda Rolim, presidente do CAU/CE, e Marília Gouveia, conselheira, explicam que a discussão foi motivada pela necessidade de debater o planejamento urbano e o futuro sustentável das cidades, especialmente em um momento de expansão e de revisão do Plano Diretor de Fortaleza.

“Esse é o primeiro ciclo de debates urbanos. (...) Exatamente nesse momento, onde as discussões do plano diretor, estão no fim numa primeira fase, para passar para a fase de discussão na Câmara. Consideramos que essa data foi estratégica para que haja tempo de fazer essas contribuições”, afirma Marília.

Segundo elas, o foco é promover o engajamento popular e técnico para garantir um crescimento justo e inteligente, abordando temas cruciais como a sustentabilidade ambiental e a justiça social por meio de exemplos internacionais e especialistas locais.

Nesse sentido, o idealizador da Rede Centros Comunitários da Paz (Compaz) de Recife e ex-secretário municipal de Segurança Cidadã, Murilo Cavalcanti, explicou a importância da arquitetura para combater problemas de segurança pública.

Para Murilo, “só a polícia não resolve isso”, ele acha necessário mais arquitetos para planejar a cidade. Ele compartilha suas análises sobre a violência urbana no Brasil, baseadas em seu estudo aprofundado do modelo de transformação de Medellín, na Colômbia.

“É um conjunto de intervenções urbanas que faz com que a criminalidade diminua, né? E Medelim saiu de cidade mais violenta do mundo à cidade mais inovadora. Então Fortaleza vai aprender com o Medellín”, afirma Murilo.

A programação contemplou temas como planejamento urbano participativo, políticas de desenvolvimento territorial, tecnologia em geoinformação, cidades responsivas e experiências locais transformadoras, sempre com foco em pensar cidades mais inclusivas, sustentáveis e voltadas às pessoas.

Entre os convidados estavam Lia Parente (vice-presidente do Ipplan), Ana Clara Mourão (professora da UFMG e consultora da GE21 Geotecnologias), Luís Henrique (consultor do Instituto Cidades Responsivas do Grupo Ospa) e Clarissa Freitas (professora de Urbanismo da UFC).

O que você achou desse conteúdo?