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Casos suspeitos de intoxicação devem aumentar no país, diz ministro
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Casos suspeitos de intoxicação devem aumentar no país, diz ministro

Além dos casos identificados no estado de São Paulo, Pernambuco notificou, na manhã de hoje, três casos suspeitos
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Metanol verde, produzido com gás carbônico capturado do ar atmosférico, pode ser combustível ecologicamente correto para veículos (Foto: Fernando Mateos/DW)
Foto: Fernando Mateos/DW Metanol verde, produzido com gás carbônico capturado do ar atmosférico, pode ser combustível ecologicamente correto para veículos

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nessa quarta-feira, 1º que o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol deve aumentar ao longo dos próximos dias em razão do reforço das medidas de vigilância anunciadas pela pasta.

“Está aumentando a sensibilidade para isso, chamando mais a atenção dos profissionais de saúde, aumentando a suspeita desses profissionais e, com a notificação imediata, subindo mais rápido essa informação também", disse durante coletiva à imprensa sobre vacinação em Brasília.

Além dos casos identificados no estado de São Paulo, Pernambuco notificou, na manhã de hoje, três casos suspeitos.

“As orientações do Ministério da Saúde são para que todo o Brasil, todo o sistema de vigilância, esteja atento a essa situação”, destacou Padilha.

Para o ministro, a intoxicação por metanol pode ser nacional. "A nossa expectativa é que, no reforço da sensibilidade, da divulgação do problema, isso aumente também a suspeita pelos profissionais de saúde e aumente o número de casos notificados”, concluiu.

São Paulo

O governo do estado de São Paulo informou ontem que seis pessoas morreram no estado por suspeita de intoxicação por metanol. Uma das mortes foi comprovadamente causada por consumo de bebida alcoólica adulterada; as outras cinco continuam em apuração.

Foram notificados 37 casos de intoxicação pela substância, sendo que em dez houve a confirmação da presença de metanol no sangue da pessoa contaminada. Vinte e sete casos ainda estão em investigação.

As autoridades sanitárias interditaram seis estabelecimentos cautelarmente no estado: quatro na capital paulista, nos bairros de Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca; um em São Bernardo do Campo; e um em Barueri.

Uma distribuidora de bebidas teve a inscrição estadual suspensa preventivamente e outras três estão com a situação sob análise para suspensão.

Pernambuco

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) investiga três casos suspeitos de intoxicação por metanol ocorridos no interior de Pernambuco. Dois homens morreram após a ingestão de bebidas alcoólicas supostamente adulteradas. O terceiro teve sequelas nos olhos, com perda de visão. Amostras colhidas das vítimas são examinadas pelo Instituto de Medicina Legal (IML).

Em Pernambuco, as vítimas estavam internadas no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Um homem de 43 anos deu entrada na unidade de saúde em estado grave, no dia 2 de setembro, e morreu uma semana depois. A segunda vítima, um homem de 32 anos, foi internado no dia 4 e recebeu alta no dia 23, com perda visual, e continua sendo acompanhado.

No terceiro caso, o paciente foi internado no dia 26 de setembro, em estado grave, e morreu nesta terça-feira, 30. Os dois primeiros são naturais de Lajedo, enquanto o último é de João Alfredo, cidades do Agreste pernambucano.

Fortaleza

Em Fortaleza, ainda sem casos noticiados, bares e restaurantes estão se manifestando nas redes sociais para assegurar a venda e o uso de bebidas originais nos drinks. Não foram identificados casos no Ceará.

Foi o que fizeram o Floresta Bar e o Seu Dedé. Nos comentários, os usuários reagiram positivamente, elogiando a postura dos estabelecimentos.

"Em razão das recentes notícias sobre a venda de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo, o Seu Dedé Oficial vem a público esclarecer que não trabalhamos com este tipo de produto", diz a nota publicada pelo bar.

O Floresta seguiu posicionamento semelhante, afirmando que "o trabalho é realizado exclusivamente com produtos de procedência garantida, adquiridos diretamente de fabricantes e distribuidores homologados".

Os dois complementam ao garantir que todos "os insumos e bebidas possuem nota fiscal, lacre e selo de autenticidade, assegurando a qualidade e a segurança de cada produto utilizado em nossos serviços."

Taiene Righetto, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Ceará, afirmou que a entidade passou orientações aos associados para garantir que os produtos comprados não sejam falsificados.

"É a primeira vez que isso acontece em um bairro nobre de São Paulo, nos Jardins. Mas vale o alerta que repassamos para todos os bares e restaurantes: de comprar em lugares credenciados, mas também de ver, rótulos, lacre e sentir cheiro (da bebida)", afirmou em entrevista à jornalista Maisa Vasconcelos, na rádio O POVO CBN.

Os cuidados, disse o presidente da Abrasel Ceará, são essenciais para evitar o consumo pelos clientes de produtos falsificados devido a possíveis desvios da bebida entre a indústria e os locais de venda. (Armando de Oliveira Lima, com as agências)

 

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