Parceria entre a Prefeitura de Fortaleza e o Centro de Aperfeiçoamento Visual Ver a Esperança Renascer (Caviver) deverá oferecer 96 mil procedimentos anuais (sendo 8 mil mensais) para cuidados oculares de crianças.
Contrato foi fechado nesta quinta-feira, 2. "Reabilitação visual é capacitar a criança com instrumentos adequados para levar o estímulo ao cérebro. Então, é um processo de tornar a criança capaz de enxergar", define a fundadora do Espaço da Organização da Sociedade Civil (OSC) Caviver, Islane Verçosa.
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A oferta dos procedimentos, de acordo com a Prefeitura, é inédita, não existindo no Sistema Único de Saúde (SUS).
Dentro do pacote de reabilitação visual, a Caviver contará com investimento público de R$ 1.082.654,40 ao ano. A população infantil será a prioridade para atendimento, especialmente a primeira infância.
Segundo o prefeito Evandro Leitão (PT), a equipe é formada por 40 profissionais, sendo uma referência nessa área no Brasil.
Entre 2004 a 2024, a Caviver realizou mais de 43 mil atendimentos, cerca de 8 mil habilitações e reabilitações visuais e aproximadamente 3 mil cirurgias, sendo custeados por doações.
"Todo e qualquer projeto exitoso, a tendência é expandir e ampliar. Obviamente que isso é um início, é um começo, e nós também temos as nossas dificuldades com uma Prefeitura extremamente endividada", informa Evandro.
Riane Azevedo, titular da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), orienta que os pacientes interessados passem pelos postos de saúde da Cidade para prosseguirem a uma consulta especializada dentro do Caviver.
"A gente precisa tratar dessas crianças, porque elas podem ter uma vida normal", garante a secretária.
A Prefeitura informa que a prioridade é realizar o diagnóstico precoce de doenças, além de ofertar atendimento especializado, como consultas, exames e atendimentos de reabilitação visual e neuropsicomotora.
A ação integra o programa municipal Saúde que Cuida, parte do Plano Fortaleza Inclusiva.
Quinzenalmente, Simone Lima, 39, dona de casa, leva a filha para tratamento contra catarata congênita bilateral e microftalmia, viajando mais de 240 km entre Groaíras e a Capital. Sofia, com apenas 2 anos de idade, passa por reabilitação visual desde os 2 meses de vida.
Suspeitando de algum problema após identificar que Sofia não direcionava o olhar ao interagir, a mãe começou a luta por respostas ainda em Sobral.
"Eu cheguei com o coração muito apertado, com muito receio, com medo, porque a gente não tinha conhecimento da doença", relembra.
Sofia passou por duas cirurgias oculares, aos 5 meses e depois aos 7 meses. Como consequência, a mãe relata melhoria no desenvolvimento da menina. Simone segue conduzindo a pequena para consultas a cada cinco meses.
Veja todos os procedimentos que estarão disponíveis na Caviver após pacto