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Trump diz que Hamas está pronto para a paz e pede que Israel pare bombardeios
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Trump diz que Hamas está pronto para a paz e pede que Israel pare bombardeios

Esta é a primeira vez que Trump insta explicitamente Israel a interromper seus ataques
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TRUMP no Salão Oval da Casa Branca (Foto: Brendan SMIALOWSKI / AFP))
Foto: Brendan SMIALOWSKI / AFP) TRUMP no Salão Oval da Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, nesta sexta-feira, 3, que acredita que o Hamas está pronto para "uma paz duradoura" e exigiu que Israel deixe de bombardear Gaza, depois que o movimento islamista palestino afirmou estar disposto a libertar os reféns.

Esta é a primeira vez que Trump insta explicitamente Israel — um aliado-chave dos Estados Unidos e que ainda não reagiu —, a interromper seus ataques desde que voltou ao poder em janeiro.

"Com base na declaração que o Hamas acaba de emitir, acredito que estão prontos para uma paz duradoura. Israel deve interromper de imediato o bombardeio de Gaza para que possamos libertar os reféns de forma segura e rápida!", publicou Trump em sua plataforma Truth Social.

"Neste momento, é muito perigoso fazer isso. Já estamos negociando os detalhes que faltam. Não se trata apenas de Gaza, trata-se da tão aguardada paz no Oriente Médio", acrescentou.

Israel anunciou que está se preparando para uma rápida libertação dos reféns retidos pelo Hamas, após a resposta positiva desse movimento islamista palestino ao plano de paz para Gaza proposto por Donald Trump.

"À luz da resposta do Hamas, Israel está se preparando para a implementação imediata da primeira fase do plano de Trump para a libertação de todos os reféns", indicou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado.

"Seguiremos trabalhando em plena cooperação com o presidente e sua equipe para pôr fim à guerra segundo os princípios estabelecidos por Israel, que coincidem com a visão do presidente Trump", acrescenta o texto.

A declaração do Hamas foi divulgada horas depois de Trump estabelecer como prazo a noite de domingo para que o grupo respondesse ao plano de paz apresentado no início da semana na Casa Branca ou, caso contrário, enfrentar um "inferno".

"O movimento anuncia sua aprovação para a libertação de todos os reféns — vivos e restos mortais — segundo a fórmula de troca incluída na proposta do presidente Trump", afirmou o Hamas em comunicado, acrescentando que está pronto para iniciar negociações "para discutir os detalhes".

O republicano também compartilhou o comunicado do Hamas em suas redes sociais. A Casa Branca fez o mesmo.

O presidente publicou depois uma breve mensagem de vídeo na qual elogiou a declaração do Hamas e agradeceu aos aliados dos Estados Unidos, como Catar, Egito, Arábia Saudita, Turquia e Jordânia, sua mediação.

"Este é um dia muito especial, talvez sem precedentes", declarou Trump de sua mesa no Salão Oval, e acrescentou: "Estou ansioso para que os reféns voltem para casa, para junto de seus pais."

Trump tem insistido reiteradamente em que recuperar os reféns capturados pelo Hamas durante o ataque ao território israelense em 7 de outubro de 2023 é uma prioridade.

Também pressionou por um acordo que ponha fim a uma guerra pela qual culpa o seu antecessor, Joe Biden.

Trump afirmou no vídeo que "todos serão tratados de maneira justa".

O presidente americano não deu detalhes, mas seu comentário chega em meio ao silêncio de Israel sobre a declaração do Hamas.

O meio de comunicação Axios afirmou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tinha ficado "surpreso" com a resposta de Trump.

Netanyahu estava ao lado de Trump quando este apresentou o programa de 20 pontos na Casa Branca na segunda-feira e afirmou, naquele momento, que o Hamas deveria se ater a todos os elementos do plano.

O Hamas, por sua vez, classificou de "alentador" o pedido de Trump para que Israel deixe de bombardear Gaza.

Contudo, um alto dirigente do movimento islamista Mahmoud Mardawi, declarou nesta sexta-feira à AFP que o plano de Trump é "impreciso, ambíguo e carece de clareza".

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