A cesta básica de Fortaleza teve deflação de 6,31% na passagem de agosto para setembro, registrando a maior queda de preços do País.
Mas isso não significa que o valor de R$ 677,42 seja o mais em conta. Das 27 capitais analisadas, a Cidade fica no 14º preço mais alto.
Para se ter ideia, Aracaju tem a menor precificação (R$ 552,65), enquanto São Paulo tem a maior (R$ 842,26).
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 8 de outubro, por meio da Pesquisa Nacional de Preços da Cesta Básica de Alimentos, realizada na parceria entre a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O levantamento evidencia que, para adquirir os produtos da cesta básica, o trabalhador fortalezense teve de desprender 98h e 11 minutos de sua jornada de trabalho mensal de 220 horas.
Além disso, o gasto com alimentação de uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) foi de R$ 2.032,26 na Capital.
Comparando o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto da Previdência Social (7,5%), o contribuinte de Fortaleza, em setembro de 2025, consumiu 48,24% do seu salário para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
Em suma, a deflação da cesta foi influenciada pela queda nos preços de onze produtos. O único a registrar elevação no preço foi o óleo de soja (2,17%). Veja o que barateou:
Com base em setembro, na formação de um semestre até o referido mês, a queda da cesta básica de Fortaleza foi de 6,88%.
No acumulado do ano encerrado no nono período do ano já houve inflação de 9,99%.
Isto significa que a alimentação básica em setembro de 2025 (R$ 677,42) está mais barata do que em março de 2025 (R$ 727,46) e mais cara do que em setembro de 2024 (R$ 615,92).
No semestre, dos produtos que compõem a cesta básica, nove sofreram reduções em seus preços, dos quais, destacam-se: tomate (-33%), arroz (-21,24%) e farinha (-8,85%).
Três itens apresentaram elevações nos preços: café (9,41%), óleo (1,11%) e manteiga (0,24%).
Na série de 12 meses, as quedas foram registradas sobretudo em arroz (-26,52%), feijão (-15,64%) e farinha (-15,53%).
As maiores elevações foram no café (60,87%), tomate (46,10%), e carne (22,40%).
O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 22 das 27 capitais analisadas.
Entre agosto e setembro de 2025, as maiores quedas ocorreram em Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%).
Entre as cidades com elevação do valor da cesta, destaca-se Campo Grande (1,55%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 842,26), seguida por Porto Alegre (R$ 811,44), Florianópolis (R$ 811,07) e Rio de Janeiro (R$ 799,22).
“A redução do custo da cesta básica em boa parte das capitais é sinal de que as políticas do Governo do Brasil de abastecimento e apoio à produção de alimentos estão funcionando. A Conab e o Dieese trabalham para garantir transparência nos preços e contribuir com ações que assegurem comida de qualidade e a preços justos na mesa das famílias brasileiras”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 552,65), Maceió (R$ 593,17), Salvador (R$ 601,74) e Natal (R$ 610,27).
Entre setembro de 2024 e o mesmo mês de 2025, nas 17 capitais onde é possível comparar os valores da cesta nesse período, os preços aumentaram em todas as localidades, com variações entre 3,87%, em Belém, e 15,06%, em Recife.
No acumulado no ano, entre dezembro de 2024 e setembro de 2025, 12 dessas 17 capitais tiveram alta e cinco apresentaram queda.
As maiores elevações ocorreram em Recife (4,69%), Porto Alegre (3,54%) e Salvador (3,06%). As capitais com as principais variações negativas foram Brasília (-3,15%) e Goiânia (-3%).
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.075,83 ou 4,66 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518.
O patamar considera a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em agosto, o valor necessário era de R$ 7.147,91 e correspondeu a 4,71 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412.