Logo O POVO+
Trump anuncia ataque a submarino e diz que Maduro ‘ofereceu de tudo’ para evitar escalada
Farol

Trump anuncia ataque a submarino e diz que Maduro ‘ofereceu de tudo’ para evitar escalada

Edição Impressa
Tipo Notícia Por

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (17) que seu par venezuelano, Nicolás Maduro, "ofereceu de tudo" para evitar um conflito aberto, e confirmou que suas forças no Caribe atacaram outro embarque, um submarino "carregado de drogas".

Washington mantém desde agosto navios de guerra em águas internacionais do Caribe, perto da costa venezuelana, e lançou seis ataques contra pequenas embarcações de supostos "narcoterroristas", que deixaram 27 mortos.

Como parte da disputa entre os dois países, que escalou progressivamente, a Venezuela reforçou sua presença militar em estados na fronteira com a Colômbia.

O ataque de ontem, confirmado por Trump, tinha como alvo “um submarino construído especificamente para transportar grandes quantidades de drogas”, e pode ter deixado sobreviventes, segundo a imprensa, uma possibilidade que o secretário de Estado, Marco Rubio, que participou da reunião na Casa Branca, não comentou.

Diante de rumores sobre uma aproximação do regime de Caracas, ou de alguns de seus principais representantes, para evitar uma escalada, Trump respondeu aos jornalistas: Maduro "ofereceu de tudo. Sabe por quê? Porque ele não quer mexer com os Estados Unidos."

A posição oficial de Washington é de que Maduro liderou o Cartel de los Soles, por isso foi anunciada uma recompensa de US$ 50 milhões (R$ 272 milhões) por informações que levaram à sua captura.

Adepto de uma diplomacia de demonstração de força e de mensagens intimidadoras, Trump anunciou nesta semana que havia operações autorizadas da CIA contra a Venezuela.


- "Imbecis" -

A Venezuela apresentou como acusações um plano para buscar uma “mudança de regime” e assumir o controle das reservas de petróleo do país.

No meio da tensão, está a oposição política, com uma líder, María Corina Machado, premiada com o Nobel da Paz que insiste em que Maduro deixe o poder, com ou sem negociação.

Nesta sexta-feira, Maduro negou que sua vice-presidente, Delcy Rodríguez, tenha negociado com o governo dos Estados Unidos a sua suposta saída do poder, como informou o jornal Miami Herald.

"Pretendiam criar uma intriga de que estávamos divididos, de que estávamos brigados. Ninguém acreditou nisso. Isso é fundamentalmente impossível", assegurou Maduro em um ato junto a Rodríguez.

"São uns imbecis. Estúpido, estúpido, estúpido, você é muito estúpido", acrescentou em inglês. O presidente não comentou as declarações desta sexta-feira de Trump.

Rodríguez já tinha o desmentido na quinta-feira. "Falso", tachou.

O almirante americano Alvin Hosley, chefe do Comando Sul, anunciou que vai se aposentar até o fim do ano, após um ano sem carga.


- Reforço militar na fronteira -

Em resposta à alocação militar de Washington, a Venezuela realizou exercícios militares, concentrando-se ao princípio na zona fronteiriça e na costa.

Maduro anuncia quase diariamente os destaques por estados. Nesta sexta-feira, disse que as Forças Armadas realizaram exercícios entre meia noite e as 5h00 locais (entre 1h00 e 6h00, no horário de Brasília) em Mérida, Trujillo, Lara e Yaracuy (oeste).

Nesta quinta-feira, as autoridades anunciaram destaques em Táchira e Amazonas com patrulhas e procedimentos de controle em pontos de fronteira com a Colômbia.

Em Táchira, onde ficam as três principais passagens que ligam a Venezuela à Colômbia, os militares foram mobilizados ao redor da Ponte Internacional Simón Bolívar, que ligam as cidades colombianas de Cúcuta e Villa del Rosario à venezuelana San Antonio.

No Amazonas, que também faz fronteira com o Brasil, os militares receberam ordens para proteger as "empresas estratégicas" e "serviços básicos".

A Venezuela também realizou manobras em Nueva Esparta, Sucre e Delta Amacuro, estados próximos a Trinidad e Tobago.

Nas últimas semanas, Trump deu a entender que considerava a realização de ataques terrestres, porque quase não restariam mais barcos para atacar no Caribe.

Especialistas questionam a legalidade dos ataques dos Estados Unidos em águas internacionais contra suspeitos que não foram detidos nem interrogados.

O que você achou desse conteúdo?