Há 10 anos, fui ao Hospital Geral Dr. César Cals, no Centro de Fortaleza, para que uma enfermeira me ensinasse a melhor forma de amamentar meu filho. Como tantas outras mulheres, aprendi sobre puerpério com algumas das melhores profissionais de Saúde do Ceará.
A unidade hospitalar que completará 100 anos em 2028 sempre foi referência na prestação de serviços de obstetrícia. Recebe mães com gestações complicadas, faz partos de risco e é abrigo para bebês prematuros.
Na quinta-feira passada, 13, um incêndio na subestação de energia do hospital escancarou o que eu já havia visto uma década atrás. Reforçou o que uma repórter, uma semana antes do incidente, disse ao voltar de um lindo e emocionante desfile de bebês prematuros."Como esse hospital resiste em situação tão precária?", questionou.
O local, que em 2025 foi alvo de briga política entre situação e oposição, sofreu as consequências do tempo de gestões que nunca conseguiram ver sua real importância.
Agora, após cenas de chamas, desespero, logística e solidariedade terem repercutido Brasil afora, uma obra de requalificação será executada.
Infelizmente, só as tragédias ensinam. Felizmente, dessa vez, nenhum bebê morreu. Que o poder público não esqueça o Hospital Geral César Cals, seu papel e suas demandas.