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Morre no Rio de Janeiro o general cearense Licínio Nunes de Miranda Filho, aos 88 anos
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Morre no Rio de Janeiro o general cearense Licínio Nunes de Miranda Filho, aos 88 anos

Sobrinho historiador conta que, no regime militar, general fez parte da ala moderada, que apoiava a redemocratização
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LICÍNIO Nunes de Miranda Filho (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal LICÍNIO Nunes de Miranda Filho

Morreu neste domingo, 23, no Rio de Janeiro, o cearense Licínio Nunes de Miranda Filho, aos 88 anos. Ele era general do Exército e chefiou o Comando Militar do Sudeste (CMSE), entre 1998 e 2002, sediado em São Paulo.

O general da Reserva faleceu em decorrência de insuficiência renal aguda. De acordo com o sobrinho, o historiador Licínio Nunes, ele sofreu um infarto há um mês e estava no hospital do Exército no Rio, após uma cirurgia bem sucedida, mas apresentou pneumonia e crise nos rins.

O historiador conta que o tio também comandou as forças de paz no pós-guerra entre Peru e Equador, em 1996, e atuou na pacificação dos morros do Rio de Janeiro durante a II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

"No regime militar, fez parte da ala moderada, que apoiava a redemocratização", complementa Nunes.

Quem é Licínio Nunes de Miranda Filho?

Natural de Quixadá, o general Licínio nasceu em 11 de maio de 1937. É filho do médico Licínio Nunes de Miranda, que foi secretário da Saúde em três governos estaduais, e Nilda de Matos Brito, prima da escritora Rachel de Queiroz.

Casou-se com Célia Pimentel, neta do ex-governador Francisco de Menezes Pimentel, com quem teve duas filhas.

General Licínio com a escritora Rachel de Queiroz, irmãs e prima(Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal General Licínio com a escritora Rachel de Queiroz, irmãs e prima

Em 1953, ingressou na antiga Escola Preparatória de Fortaleza, atual Colégio Militar. Na Academia Militar das Agulhas Negras, foi declarado aspirante a oficial de artilharia em dezembro de 1957 e classificado no 10° Grupo de Artilharia de Campanha, na Capital cearense.

Foi promovido a primeiro tenente em 1960. Cursou a Escola de Material Bélico, no Rio de Janeiro, onde permaneceu como instrutor por mais dois anos.

Em 1964, foi aluno da Escola de Artilharia Anti-Aérea, onde ascendeu ao posto de capitão e foi instrutor. Dois anos depois, realizou o curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e foi movimentado para o 8º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado.

Entre outros cursos, em 1973, foi classificado na 10ª Região Militar em Fortaleza e promovido ao primeiro posto de oficial superior. Cinco anos depois, tornou-se tenente-coronel.

Em setembro de 1984 iniciou missão no Exterior como delegado na Junta Inter-Americana de Defesa, em Washington, nos Estados Unidos. Regressou ao Brasil nomeado assistente do comandante Militar do Leste.

Comandou o 21º Grupo de Artilharia de Campanha, no Rio de Janeiro, no biênio 1987-1988. Foi ainda general de brigada. Em 1995, tornou-se general de divisão. Foi coordenador da Missão de Observadores Militares Equador-Peru.

Em 1997, voltou à área de ensino. Promovido a general de Exército no ano seguinte, foi posteriormente secretário da Economia e Finanças dentro do Exército. Segundo o sobrinho, nas últimas duas décadas, Licínio atuou como palestrante sobre a história militar brasileira.

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