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Mobilizações contra o feminicídio tomam ruas de capitais no Brasil
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Mobilizações contra o feminicídio tomam ruas de capitais no Brasil

Atos realizados reuniram mulheres e movimentos sociais em diferentes regiões do país para denunciar a violência de gênero e cobrar ações do Estado
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MULHERES ocuparam ruas de várias capitais brasileiras  (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil)
Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil MULHERES ocuparam ruas de várias capitais brasileiras

Mulheres e apoiadores de movimentos sociais ocuparam ruas de várias capitais brasileiras neste domingo, 7 de dezembro, para protestar contra a crescente onda de feminicídios, exigir justiça e cobrar políticas públicas de proteção às mulheres.

A mobilização, convocada pelo Levante Mulheres Vivas, reuniu manifestantes em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal; confira a seguir.

 

O Levante Mulheres Vivas divulgou convocatória para atos simultâneos em capitais de todas as regiões do País, diante de um cenário considerado crítico pelos organizadores.

Dados reunidos pelo movimento indicam que o Brasil já ultrapassou a marca de 1.180 feminicídios registrados ao longo de 2025, o que reforçou o apelo por mobilizações nacionais.

Organizações feministas, coletivos de direitos humanos e movimentos sociais convocaram a população a vestir roupas roxas ou pretas, levar cruzes e cartazes e entoar palavras de ordem como “Basta de feminicídio” e “Queremos as mulheres vivas”.

A proposta foi dar visibilidade às vítimas e cobrar do poder público medidas efetivas de prevenção, proteção e punição aos agressores.

Como foram os atos nas capitais

Em São Paulo, o protesto se concentrou no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, com início por volta do meio-dia. Centenas de pessoas participaram do ato, que contou com acompanhamento da Polícia Militar e transcorreu sem registro de ocorrências.

No Distrito Federal, milhares de manifestantes se reuniram em pontos centrais de Brasília, mesmo sob chuva. Discursos chamaram atenção para a lentidão do sistema de Justiça e falhas na aplicação de medidas protetivas destinadas a mulheres em situação de risco.

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Em Belo Horizonte, o ato ocorreu na Praça Raul Soares e reuniu centenas de pessoas. As reivindicações destacaram a ampliação de políticas públicas de prevenção, fortalecimento da rede de acolhimento e garantia de orçamento para ações voltadas às mulheres.

Também foram registrados protestos em capitais como Curitiba, Campo Grande, Manaus, São Luís e Teresina. Em todas elas, as manifestações ocorreram em praças e avenidas centrais, com participação de coletivos locais e da sociedade civil.

Ato em Fortaleza

Em Fortaleza, a manifestação acontece na tarde deste domingo, 7, com concentração na Estátua de Iracema Guardiã, na avenida Beira-Mar.

O ato busca contar com a participação de mulheres, familiares de vítimas e representantes de movimentos sociais carregando cartazes e faixas contra o feminicídio, a fim de cobrar políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero no Ceará.

Contexto: por que os atos agora

As mobilizações ganham força depois de uma sucessão de feminicídios e agressões extremamente violentas, que causaram revolta nacional.

Cerca de 3,7 milhões de mulheres brasileiras viveram um ou mais episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses, segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero.

Entre os crimes recentes citados na convocatória do movimento estão o assassinato da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, encontrada carbonizada em Brasília, e o caso da jovem Tainara Souza Santos, atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na Marginal Tietê, em São Paulo.

Os movimentos apontam que os altos índices registrados ao longo do ano evidenciam um problema estrutural, relacionado a desigualdades históricas, machismo e falhas no sistema de proteção às mulheres.

Entre as principais reivindicações apresentadas nos atos estão:

  • Ampliação de políticas públicas de prevenção e acolhimento,
  • Maior agilidade na concessão e fiscalização de medidas protetivas,
  • Fortalecimento das delegacias especializadas e
  • Responsabilização efetiva dos agressores

As manifestações também reforçaram a necessidade de envolver a sociedade como um todo no enfrentamento à violência de gênero, com ações educativas e mudança de comportamentos.


NÚMEROS

Cerca de 3,7 milhões de mulheres sofreram violência nos últimos 12 meses, segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero

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