Mulheres e apoiadores de movimentos sociais ocuparam ruas de várias capitais brasileiras neste domingo, 7 de dezembro, para protestar contra a crescente onda de feminicídios, exigir justiça e cobrar políticas públicas de proteção às mulheres.
A mobilização, convocada pelo Levante Mulheres Vivas, reuniu manifestantes em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal; confira a seguir.
O Levante Mulheres Vivas divulgou convocatória para atos simultâneos em capitais de todas as regiões do País, diante de um cenário considerado crítico pelos organizadores.
Dados reunidos pelo movimento indicam que o Brasil já ultrapassou a marca de 1.180 feminicídios registrados ao longo de 2025, o que reforçou o apelo por mobilizações nacionais.
Organizações feministas, coletivos de direitos humanos e movimentos sociais convocaram a população a vestir roupas roxas ou pretas, levar cruzes e cartazes e entoar palavras de ordem como “Basta de feminicídio” e “Queremos as mulheres vivas”.
A proposta foi dar visibilidade às vítimas e cobrar do poder público medidas efetivas de prevenção, proteção e punição aos agressores.
Em São Paulo, o protesto se concentrou no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, com início por volta do meio-dia. Centenas de pessoas participaram do ato, que contou com acompanhamento da Polícia Militar e transcorreu sem registro de ocorrências.
No Distrito Federal, milhares de manifestantes se reuniram em pontos centrais de Brasília, mesmo sob chuva. Discursos chamaram atenção para a lentidão do sistema de Justiça e falhas na aplicação de medidas protetivas destinadas a mulheres em situação de risco.
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Em Belo Horizonte, o ato ocorreu na Praça Raul Soares e reuniu centenas de pessoas. As reivindicações destacaram a ampliação de políticas públicas de prevenção, fortalecimento da rede de acolhimento e garantia de orçamento para ações voltadas às mulheres.
Também foram registrados protestos em capitais como Curitiba, Campo Grande, Manaus, São Luís e Teresina. Em todas elas, as manifestações ocorreram em praças e avenidas centrais, com participação de coletivos locais e da sociedade civil.
Em Fortaleza, a manifestação acontece na tarde deste domingo, 7, com concentração na Estátua de Iracema Guardiã, na avenida Beira-Mar.
O ato busca contar com a participação de mulheres, familiares de vítimas e representantes de movimentos sociais carregando cartazes e faixas contra o feminicídio, a fim de cobrar políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero no Ceará.
As mobilizações ganham força depois de uma sucessão de feminicídios e agressões extremamente violentas, que causaram revolta nacional.
Cerca de 3,7 milhões de mulheres brasileiras viveram um ou mais episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses, segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero.
Entre os crimes recentes citados na convocatória do movimento estão o assassinato da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, encontrada carbonizada em Brasília, e o caso da jovem Tainara Souza Santos, atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na Marginal Tietê, em São Paulo.
Os movimentos apontam que os altos índices registrados ao longo do ano evidenciam um problema estrutural, relacionado a desigualdades históricas, machismo e falhas no sistema de proteção às mulheres.
As manifestações também reforçaram a necessidade de envolver a sociedade como um todo no enfrentamento à violência de gênero, com ações educativas e mudança de comportamentos.
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Cerca de 3,7 milhões de mulheres sofreram violência nos últimos 12 meses, segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero