O candidato de extrema-direita José Antonio Kast venceu o segundo turno da corrida presidencial no Chile no domingo, 14. Kast teve 58,18% dos votos, segundo a imprensa local, derrotando a candidata da coalizão governista de esquerda do Chile, a comunista Jeannette Jara, que soma 41,82%.
Líder do Partido Republicano e uma das principais figuras da extrema-direita latino-americana, Kast, favorito nas pesquisas, prometeu um "governo de emergência" para combater o crime organizado, enquanto Jara busca dar continuidade às políticas do governo anterior do esquerdista Gabriel Boric, no qual atuou como
Ministra do Trabalho.
Jara já reconhecia a derrota no pleito, assim que os primeiros resultados das eleições presidenciais sinalizavam vantagem expressiva para o ultraconservador, com os eleitores optando por mudanças após anos de crescentes temores com o aumento da criminalidade e da imigração.
Kast, um advogado de 59 anos, será presidente da república entre 11 de março de 2026 e 11 de março de 2030 e terá a missão de estabilizar esta década marcada por cenários como pandemia, promessa fracassada de mudar a Constituição e, acima de tudo, pelo aumento da insegurança.
Cerca de 15,7 milhões de eleitores estavam aptos a votar neste segundo turno para decidir entre manter o governo atual ou uma guinada à extrema direita, a primeira desde o retorno da democracia após a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990).
Kast já havia concorrido à presidência outras duas vezes. Para a terceira tentativa, apresentou-se como candidato do Partido Republicano, que ele fundou há cinco anos por considerar a direita tradicional muito branda. No primeiro turno, ficou logo atrás de Jara, mas as pesquisas anteciparam sua vitória por ampla margem.
Católico devoto e pai de nove filhos, promete deportar cerca de 340 mil imigrantes em situação irregular, a maioria venezuelanos, e combater o crime. Seu programa de governo inclui ainda erguer um muro na fronteira com a Bolívia, cavar uma fossa e posicionar três mil militares para deter a entrada de migrantes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "cumprimentou" Kast e saudou o povo chileno pela "participação em um processo eleitoral democrático, transparente e ordenado". "Faço votos de pleno êxito ao presidente eleito no desempenho de seu futuro mandato", escreveu no X.
O petista também prometeu trabalhar com o novo governo chileno para fortalecer as "excelentes" relações bilaterais, os "sólidos" laços econômico comerciais, a integração regional e a "manutenção da América do Sul como zona de paz".
Os Estados Unidos divulgaram uma nota oficial no X parabenizando Kast pela vitória. A manifestação foi assinada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. No comunicado, o governo norte-americano afirma confiar que, sob a nova liderança, o Chile avançará em prioridades compartilhadas entre os dois países, como o fortalecimento da segurança pública, o combate à imigração ilegal e a revitalização das relações comerciais bilaterais.
O presidente da Argentina, Javier Milei, comemorou a vitória do aliado. Também no X, Milei afirmou sentir "enorme alegria com a vitória esmagadora" do candidato da direita. Milei afirmou que o resultado representa "mais um passo" na região para a defesa da vida, liberdade e propriedade privada.(Agência Estado e AFP)