Logo O POVO+
O discurso escondido contra a alta do salário mínimo
Comentar
Farol

O discurso escondido contra a alta do salário mínimo

A comparação com o que se pode comprar de alimentação mostra que a política de valorização do salário mínimo tem um peso importante na qualidade de vida das pessoas
Edição Impressa
Tipo Opinião Por
Comentar

Duzentos reais. Esse era o valor do salário mínimo em 2002. Com o dinheiro, cerca de 1,59 cesta básica era possível adquirir à época. Agora, 23 anos depois, confirma-se R$ 1.621 para 2026. A inflação subiu, os preços se elevaram, mas a comparação com o que se pode comprar de alimentação mostra que a política de valorização do salário mínimo tem um peso importante na qualidade de vida das pessoas. Hoje, 1,93 cesta básica é o que representa o novo valor, conforme os cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O montante é referência não apenas para os assalariados, mas servidores públicos, beneficiários da Previdência Social, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do abono salarial, além dos sem carteira assinada. O patrão paga mais, mas recebe mais com o dinheiro em circulação. O Dieese aponta que o piso nacional em crescimento contribuiu para a redução das desigualdades entre homens e mulheres, negros e não negros, e entre regiões do País.

É fato que o governo gasta mais quando eleva o salário mínimo. A dívida sobre o PIB aumenta. É um discurso que se perpetua sempre para que não se olhe para quem ganha muito mais. Acabar com privilégios, sonegações, supersalários, entre outros pesos que poderiam equilibrar e ajudar a valorizar os ganhos de camadas mais baixas, é uma discussão que se esconde. Valorizar o mínimo permite que o brasileiro - em 2026, serão cerca de 62 milhões beneficiados - tenha liberdade de escolha do que comprar e onde quer trabalhar. Resultando no verdadeiro liberalismo.

 

O que você achou desse conteúdo?