A Polícia Federal conduziu ontem, 30, acareação entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique da Costa. O procedimento durou cerca de meia hora e foi realizada após horas de depoimento de Vorcaro e do ex-gestor do BRB.
Fontes a veículos como CNN e Estadão afirmaram que as versões dos depoimentos de Vorcaro e Costa tiveram contradições.
Era previsto que o confronto de informações incluísse também o diretor do Banco Central, Ailton de Aquino, mas ele foi dispensado após prestar depoimento.
A delegada da PF Janaína Palazzo colheu de forma separada os depoimentos dos três. Os procedimentos, somados, duraram cerca de sete horas e tiveram participação de um juiz auxiliar do ministro Dias Toffoli e dos advogados de cada um. Vorcaro foi o primeiro a ser ouvido, seguido por Paulo Henrique. Por último, o diretor do Banco Central.
Aa oitivas são parte deinquérito, no STF, que apura as negociações sobre a venda do Banco Master ao BRB, banco público do Distrito Federal (DF).
O BRB tentou comprar o Master pouco antes do Banco Central decretar a falência extrajudicial da instituição, apesar de suspeitas sobre a sustentabilidade do negócio.
No início de setembro, o Banco Central rejeitou a compra do Master pelo BRB. Em novembro, foi decretada falência da instituição financeira.
Paulo Henrique Costa foi afastado da presidência do BRB por decisão judicial. Em novembro, o ex-presidente do BRB e Daniel Vorcaro foram alvos da Operação Compliance Zero, que investiga a concessão de créditos falsos. As fraudes podem chegar a R$ 17 bilhões em títulos forjados.
As oitivas dos investigados foram determinadas pelo ministro Dias Toffoli e foram realizadas individualmente. Inicialmente, o ministro do STF queria uma acareação entre os envolvidos. Porém, Toffoli definiu, dias depois, que a acareação só deveria ocorrer caso a PF avaliasse que seria necessária. Acareação é quando os envolvidos ficam frente a frente para confrontar versões contraditórias. (Com Agencia Brasil)