Empresas como Facebook Inc, Microsoft, Roblox e Nike estão investindo na ideia do mundo virtual que permite às pessoas interagirem e realizarem qualquer atividade por meio de avatares digitais. O metaverso é a aposta dos grandes empreendimentos, prometendo revolucionar a comunicação humana e oferecer novas possibilidades para empreendedores e gestores de marketing.
O assunto ganhou destaque após o Facebook Inc anunciar que mudará seu nome para Meta, referência direta à tecnologia de realidade virtual na qual a empresa de Mark Zuckerberg vem investindo há anos. Outra companhia que aposta na novidade é a Nvidia, empresa multinacional de tecnologia, levando especialistas a afirmarem que ela um dia poderá valer mais do que a Apple, fabricante de dispositivos eletrônicos de consumo.
A aposta no metaverso não se restringe apenas às empresas de tecnologia. A Nike, empresa de roupas, calçados e acessórios, solicitou, no dia 2 de novembro, um registro de patente para uso da marca em ativos virtuais.
A grife italiana Gucci também aderiu à tendência e vendeu, em junho deste ano, uma bolsa de R$ 22 mil, preço maior do produto comercializado fisicamente, por meio do jogo Roblox, da empresa Epic Games.
No Brasil, de acordo com Felipe Coimbra, CEO da Nexus VR, a principal dificuldade para este tipo de inovação é o alto preço dos dispositivos de realidade virtual. “Naturalmente, em algum momento essa tecnologia vai estar acessível, igual o smartphone”, afirma.
Já Cláudia Buhamra, professora de Marketing da Universidade Federal do Ceará (UFC), analisa que o conceito de integração entre virtual e online proposto pelo metaverso não é uma novidade, pois as empresas utilizam, por exemplo, a visitação em 3D ou 4D em suas lojas estão empregando a tecnologia.
É o caso de marcas brasileiras como a Chilli Beans e seu provador virtual 3D de óculos, que têm investido em inovações que auxiliem o crescimento das vendas ao chamar atenção do cliente com a novidade.
Neste contexto, a educadora afirma que, com o isolamento social devido à pandemia de Covid-19, as pessoas descobriram as vantagens das compras online. Isso aumentou o investimento na experiência dos consumidores no ambiente virtual. "É muito importante que as empresas invistam na inteligência artificial, mas continuem investindo na inteligência humana e natural", defende Cláudia.
Para Natasha de Caiado Castro, especialista em inteligência de mercado, tudo é muito embrionário, mas o metaverso será para a comunicação uma oportunidade do meio se reinventar, tornando-se mais acessível. “O grande desafio é trazer as emoções com qualidade ao público consumidor. Com isso, o marketing terá que trabalhar com experiências tanto no mundo real quanto no metaverso”, afirma a profissional.
Com a onipresença das redes sociais no cotidiano, o avanço das redes de transmissão de dados, incluindo o 5G, e das tecnologias de realidade virtual e aumentada, a especialista defende que os empresários precisam ficar antenados.
“Toda tendência tem um ciclo, começando pelos primeiros a adotarem e finalizando pelos conhecidos como late adopters (últimos a adotar) e no meio deste ciclo está a grande maioria”, complementa Natasha.
Saiba o que é
O metaverso funcionará como uma combinação híbrida das experiências sociais online atuais, às vezes expandido em três dimensões ou se projetando no mundo físico. Ele permitirá que o compartilhamento experiências imersivas com outras pessoas mesmo quando as pessoas não puderem estar juntas, e fazer atividades que não poderiam fazer no mundo físico.
Variações do metaverso existem há anos nas redes sociais, na realidade virtual e nos jogos online, interativos ou de construção de mundos como Second Life, Fortnite, Minecraft e Roblox. A diferença é que o foco atual dos visionários do metaverso é desenvolver uma realidade virtual em que os usuários podem se mover livremente utilizando o mesmo avatar e dispondo do capital financeiro do mundo real que seria convertido para criptomoeda a fim de facilitar as transações financeiras.