O Ministério da Saúde informou ontem que investiga três casos suspeitos de infecção pela nova cepa do coronavírus no Brasil (Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre). São os primeiros registros oficiais de possíveis contaminações no País. Com isso, o governo decidiu elevar o alerta de nível 1 para 2 (em uma escala até 3), que significa "perigo iminente" da doença. O vírus já causou 132 mortes e 5.974 infecções na China e já teve pacientes confirmados em pelo menos 15 países.
No nível 2, há isolamento de casos suspeitos e pessoas que tiveram contato com pacientes sob investigação são monitoradas. Além disso, o governo pode requisitar "bens e serviços" de pessoas físicas e empresas. No nível 3, quando é declarada emergência em saúde pública, pode haver até contratação emergencial de profissionais.
O caso de BH é de uma estudante brasileira de 22 anos, que esteve em Wuhan, cidade chinesa considerada o epicentro do vírus, e voltou ao País na última sexta-feira. Anteontem, ela foi ao posto de saúde com dificuldade respiratória e febre. Outro caso é de um professor de Inglês gaúcho, de 40 anos, que chegou ao Brasil na sexta-feira. Ele buscou o serviço de saúde, com febre, em São Leopoldo, Grande Porto Alegre, e está em isolamento. Ele é morador de Kunming, a cerca de 1,5 mil quilômetros de Wuhan. O ministério não deu informações sobre o registro do Paraná.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o governo "está preparado" para detectar o vírus. "Não é um sistema que está sendo preparado agora. Temos o plano de contingência e o que vamos fazer é atualizá-lo." Pela manhã, a pasta informou ter recebido, desde o início do surto do vírus na China, "mais de 7 mil rumores" de infecção e cerca de 120 exigiram verificação das autoridades. (Agência Estado)