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Jovens podem decidir eleição americana, se forem votar
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Jovens podem decidir eleição americana, se forem votar

| EUA | Tendência é de aumento da presença de eleitores entre 16 e 29 anos nas urnas, o que deve favorecer Joe Biden contra Donald Trump
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EM NASHVILLE, no Tennessee, Trump e Biden fizeram o último debate, antes da votação de 3 de novembro,  na noite de quinta-feira, 22, (Foto: Chip Somodevilla / POOL / AFP)
Foto: Chip Somodevilla / POOL / AFP EM NASHVILLE, no Tennessee, Trump e Biden fizeram o último debate, antes da votação de 3 de novembro, na noite de quinta-feira, 22,

A maioria dos menores de 30 anos nos Estados Unidos não vota. Este ano, porém, em uma eleição crucial entre dois septuagenários, especialistas antecipam que um número recorde irá às urnas em 3 de novembro, um movimento que pode inclinar a balança a favor dos democratas em estados indecisos como Pensilvânia, Michigan e Arizona.

Com universidades fechadas e milhões de pessoas confinadas devido ao novo coronavírus, campanhas virtuais buscam mobilizar esses jovens que representam mais de 20% do eleitorado. Nesse caminho, entra a ajuda de celebridades e de "influencers" com milhões de seguidores, dancinhas no TikTok, videogames, além de ligações, conversas pelo Zoom e mensagens por torpedos e aplicativos diversos.

Menos da metade dos americanos entre 18 e 29 anos votou na eleição presidencial de 2016. Segundo uma última pesquisa nacional da Harvard Youth Poll, 63% dos americanos de 18 a 29 anos dizem que votarão nesta eleição, contra 47% há quatro anos. Ainda conforme a mesma sondagem, 60% dos jovens garantem que vão votar no democrata Joe Biden, de 77, rival do presidente republicano Donald Trump, de 74.

Como a maioria dos jovens se identifica com bandeiras progressistas, como controle de armas, ou luta contra a mudança climática, os democratas em geral dedicam mais esforços para obter seu voto do que os republicanos.

"Temos tanto poder nesta eleição. Os jovens já estão votando a taxas mais altas do que nunca visto", comemora Larissa Sweitzer, de 27 anos, diretora da organização progressista NextGen America, na Pensilvânia, referindo-se ao voto antecipado.

Sweitzer afirma que sua equipe registrou mais de 22 mil jovens eleitores na Pensilvânia desde 2016. Ela vai além: comunicam-se regularmente com eles e conseguiram fazer mais de 50 mil se comprometerem a votar. Em 2016, Trump ganhou na Pensilvânia por apenas 44 mil; em Michigan, por menos de 11 mil.

Fundada pelo milionário Tom Steyer, ex-pré-candidato democrata à Presidência, a NextGen America busca se conectar com 4,5 milhões de jovens em 11 estados-chave antes das eleições. Em março, fez uma transição para uma campanha 100% virtual.

Entre outras estratégias, a ONG recrutou 3 mil "influencers" em estados independentes, organizou um comício político no videogame viral "Animal Crossing", além de drag shows virtuais em torno das políticas LGBTQ e fóruns virtuais sobre temas de interesse.

A deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez, de 31 anos, abriu nesta semana uma conta no Twitch, uma plataforma que transmite videogames ao vivo. Lá, convidou os jovens a jogar com ela "Among Us" para mobilizar a ida às urnas. Reuniu quase meio milhão de espectadores ao vivo e se tornou uma das mais vistas da história do Twitch.

Em suas redes sociais, celebridades como as cantoras Taylor Swift, Billie Eilish e Selena Gomez também convocam os jovens, incansavelmente, a irem votar.

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