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Eleições dos EUA: a sete dias do pleito, mais de 63 milhões de pessoas já votaram
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Eleições dos EUA: a sete dias do pleito, mais de 63 milhões de pessoas já votaram

Número equivale a 48,95% de todos os votos registrados em 2016 e supera o total de votos recebidos por Trump naquele ano, quando foi eleito presidente
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EM FAIRFAX, na Virgínia, eleitores esperaram até quatro horas para votar antecipadamente (Foto: Tasos Katopodis / AFP)
Foto: Tasos Katopodis / AFP EM FAIRFAX, na Virgínia, eleitores esperaram até quatro horas para votar antecipadamente

A uma semana da eleição presidencial nos Estados Unidos, mais de 63 milhões de pessoas já votaram antecipadamente. Deste total, mais de 42 milhões votaram pelos correios e cerca de 20,5 milhões presencialmente.

Dados do U.S Elections Project (Projeto Eleições nos EUA) mostram que neste ano os votos antecipados já equivalem a 48,95% de todos registrados na eleição de 2016, quando o atual presidente Donald Trump derrotou a então candidata democrata Hillary Clinton. O resultado atual reforça tendência de que o pleito de 2020 tenha recorde de participação d população.

Até uma astronauta já votou. Kathleen Rubins exerceu o direito da Estação Espacial Internacional nesta segunda-feira, 26. "Se podemos fazer do espaço, acredito que as pessoas também podem fazer do solo", disse em vídeo da Agência Espacial Americana (Nasa). Nos Estados Unidos, o voto é facultativo e há opções de comparecer com antecedência ao dia da eleição. A pandemia do novo coronavírus forçou os estados a se adaptarem para eventual aumento de votos a distância.

Nas eleições de 2020, maior que a disputa entre Trump e Joe Biden parece ser a consciência popular a respeito da importância de se mobilizar para comparecer às urnas. Sobretudo porque este foi um ano com crises em sequência, com os protestos antirracistas registrados em todos os 50 estados do país e altos índices de desemprego durante a crise sanitária, que matou mais de 225 mil pessoas só nos EUA até ontem, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, referência mundial no acompanhamento da doença.

Estados seguem registrando aumento na participação conforme a data da eleição se avizinha. Na Califórnia, recanto democrata e local com o maior número de cadeiras no Colégio Eleitoral (55), já foram registrados 6,5 milhões de votos. O Texas, historicamente republicano e segundo do país em representação (38 delegados eleitorais) já soma 7,3 milhões de votos; para fins de comparação, esse número equivale a cerca de 80% dos votos totais registrados por lá em 2016.

Estados-pêndulo das eleições

Em termos de definição, a Flórida (29 delegados) é um lugar central em 2020 para determinar o próximo, ou a continuidade do mesmo, presidente dos EUA. Um dos chamados estados-pêndulo (onde a preferência por democratas e republicanos varia conforme os anos), o local registra mais de 6 milhões de votos antecipados. Um deles é do próprio Trump, que votou no último sábado em Palm Beach.

Além da Flórida, analistas têm chamado a atenção para outro estado-pêndulo que será determinante: a Pensilvânia (20 delegados). As previsões apontam que se Trump não vencer nestes locais, suas chances de reeleição tornam-se mínimas. Em 2016, ele venceu em ambos. Na semana passada, pesquisa Reuters/Ipsos mostrou vantagem para Biden na Flórida (49% a 47%) e na Pensilvânia (49% a 45%), o que pode ser considerado empate técnico dentro da margem de erro.

Já na média nacional de pesquisas, o democrata Joe Biden segue na frente com 51,8% das intenções de votos contra 43,1% de Trump, segundo o mesmo instituto. Apesar da vantagem ser superior a que Hillary Clinton tinha oito dias antes da eleição de 2016, Biden teve uma queda de dois pontos em uma semana. Naquele ano, Trump foi eleito ao conquistar maioria do Colégio Eleitoral mesmo com três milhões de votos populares a menos do que a adversária democrata que também tinha vantagem nas pesquisas.

Números  

Votos antecipados até hoje: 63.067.252
Votos Trump em 2016: 62.984.825
Fonte: U.S Elections Project

 

Como funciona o colégio eleitoral nos EUA

Nos Estados Unidos, o Colégio Eleitoral é quem elege o presidente. O grupo é composto por 538 eleitores (delegados) distribuídos pelos estados do país, de acordo com sua população. A Califórnia é o estado com maior número de delegados, com 55 ao todo. O estado de New Hampshire, por exemplo, tem apenas quatro delegados.

São esses representantes que escolhem o presidente, geralmente seguindo a tendência do voto popular em seus respectivos estados. O número mágico para ser eleito é de 270 delegados.

Algo importante a ser considerado é que a distribuição de quem leva os delegados de um estado, na maioria dos estados (exceção apenas do Maine e de Nebraska), ocorre por meio de sistema conhecido como o “winner-take-all” ("o ganhador leva tudo", em tradução aproximada). Por exemplo: se 60% da população de um estado opta por um candidato e 40% optam por outro, aquele que obteve maioria dos votos garante todos os delegados do estado em questão.

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