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O sistema eleitoral alemão
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O sistema eleitoral alemão

Mais de 60 milhões de alemães poderão ir às urnas no próximo domingo para escolher os representantes do Bundestag por meio de um sistema complexo e que sempre demanda a negociação de coalizões
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A Alemanha vai às urnas a cada quatro anos para eleições legislativas que definem a composição do Bundestag (Parlamento) e por tabela um novo ocupante da cadeira de chanceler. No país, qualquer cidadão com no mínimo 18 anos pode votar e nas eleições do próximo dia 26, mais de 60 milhões de eleitores estarão aptos a comparecer. Apesar disso, o voto não é obrigatório e pode ser feito tanto presencialmente quanto de modo eletrônico.

No pleito, cada eleitor tem direito a dois votos. O primeiro deles deve ser direcionado aos candidatos locais, ou seja, aqueles que fazem parte do distrito eleitoral de cada cidadão. Ao todo, são 299 distritos que garantem uma vaga ao mais votado em cada um deles. Em resumo, significa que metade das 598 cadeiras do parlamento são definidas assim.

Em um segundo voto, o eleitorado escolhe um dos partidos políticos. Cada sigla tem uma lista com nomes pré-definidos e a porcentagem do restante dos assentos que cada um terá no Bundestag é calculada a partir dessa votação que leva em conta critérios de alocação para cada estado de acordo com o tamanho das populações. Entretanto, há requisitos mínimos para ter um representante, como atingir pelo menos 5% dos votos.

Em alguns casos, o número de cadeiras no parlamento pode aumentar. É o caso do atual Bundestag que conta com 709 membros, maior número na história alemã. Isso ocorre porque se uma legenda obtém mais assentos do que aqueles que têm direito, com base na proporção dos resultados do segundo voto, ele pode manter essas vagas. Em compensação, outras siglas também ganham cadeiras para garantir a proporcionalidade.

No atual sistema eleitoral alemão, partidos nanicos acabam sendo barrados e determinados impasses são evitados com isso. Em contrapartida, dificilmente uma única legenda terá sucesso em conquistar, sozinha, a maioria parlamentar. Isso faz com que os partidos sejam obrigados a negociar uma coalizão para alcançar essa maioria e a boa governança.

Uma boa ilustração dos efeitos que as alianças que o sistema proporciona - ou obriga - é o fato de que o candidato de centro-esquerda, Olaf Scholz, que lidera as pesquisas, é atual ministro das Finanças e vice-chanceler da primeira-ministra Angela Merkel da união conservadora de direita CDU. Scholz está à frente do candidato do próprio partido de Merkel, Armin Laschet.

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