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Israel e Hamas fecham acordo para cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns
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Israel e Hamas fecham acordo para cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns

|Partes| O pacto deve ser firmado oficialmente nesta quinta-feira, 9, no Egito, onde aconteceram reuniões indiretas entre Hamas e Israel
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TRUMP recebeu um bilhete de secretário informando sobre o acordo estar
Foto: JIM WATSON / AFP TRUMP recebeu um bilhete de secretário informando sobre o acordo estar "bem perto" de ser fechado

Israel e o movimento islamista palestino Hamas alcançaram, nesta quarta-feira, 8, um acordo para um cessar-fogo em Gaza, na primeira fase do plano do presidente americano Donald Trump para encerrar a guerra de dois anos em Gaza. Uma fonte próxima às negociações disse que o pacto será firmado nesta quinta-feira, 9, por volta de 12 horas no Egito, (6h em Brasília).

O acordo foi anunciado por Trump em sua rede, Truth Social, e confirmado posteriormente pelo Catar — um dos mediadores do pacto — e fontes do Hamas que participam nas negociações indiretas no Egito.

Trump disse que estava "muito orgulhoso" de anunciar o acordo, com o qual "todos os reféns serão libertados logo e Israel retirará suas tropas para uma linha estabelecida, como os primeiros passos rumo a uma paz forte, duradoura e eterna".

"É um grande dia para Israel", afirmou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que agradeceu a Trump e adiantou que reuniria seu gabinete para aprovar o acordo, alcançado com mediação de Egito e Catar.

Uma fonte do Hamas detalhou que o acordo contempla a libertação de 20 reféns israelenses em seu poder de uma só vez, em troca de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos em prisões israelenses.

A troca deve acontecer nas 72 horas seguintes ao início da implementação do acordo, detalhou uma fonte, que está por dentro das negociações. "Com a ajuda de Deus", todos os reféns voltarão para suas casas, afirmou Netanyahu.

O Hamas garantiu que o pacto "prevê o fim da guerra" e pediu a Trump que fiscalize para que Israel cumpra sua parte.

Na noite de quarta-feira, em entrevista por telefone à emissora de televisão Fox News, o presidente americano disse que acredita que os reféns já estarão de volta a Israel na próxima segunda-feira, 13, incluindo os restos mortais dos falecidos.

Em um momento dramático, jornalistas viram o secretário de Estado, Marco Rubio, interromper, ainda ontem, um evento na Casa Branca e entregar a Trump uma nota urgente sobre o progresso das negociações no Egito.

O acordo estava "muito próximo", indicava a nota manuscrita. "Precisamos que aprove um anúncio no Truth Social rapidamente para que você possa ser o primeiro a anunciar o acordo", acrescentava o bilhete.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi, havia informado anteriormente que, em caso de acordo, Trump estava convidado para "assistir à assinatura". Trump disse que poderia viajar no sábado ou no domingo.

O acordo foi fechado dois dias após o aniversário de dois anos do conflito, iniciado em 7 de outubro de 2023. Na data, o Hamas sequestrou 251 pessoas sequestradas. Do número, 47 ainda permaneceriam em Gaza, 25 das quais estariam mortas, segundo o Exército israelense.

Em resposta, Israel lançou uma campanha militar que devastou o território palestino, provocou uma catástrofe humanitária e deixou, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, mais de 67.100 mortos, civis em sua maioria.

A ONU declarou estado de fome em parte de Gaza, e investigadores independentes dessa organização internacional afirmam que Israel está cometendo um "genocídio" — algo que as mais altas autoridades israelenses rejeitam. O secretário-geral da ONU, António Guterres, comemorou o anúncio do acordo e instou as partes a "respeitarem plenamente" os seus termos.

O plano de paz de Trump contém 20 pontos que preveem, além de um cessar-fogo, a retirada gradual do Exército israelense de Gaza, o desarmamento do Hamas e o envio de ajuda humanitária ao devastado território palestino.


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