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Trump diz que EUA fizeram ataque terrestre à Venezuela e destruíram instalação portuária
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Trump diz que EUA fizeram ataque terrestre à Venezuela e destruíram instalação portuária

|Ofensiva| O presidente americano não informou se foi uma operação militar ou da CIA, nem onde o ataque ocorreu
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TRUMP comentou a ação brevemente ao ser perguntado por jornalistas (Foto:  JIM WATSON / AFP)
Foto: JIM WATSON / AFP TRUMP comentou a ação brevemente ao ser perguntado por jornalistas

Os Estados Unidos destruíram uma área de carregamento de supostas embarcações de transporte de drogas na Venezuela, disse nesta segunda-feira, 29, o presidente Donald Trump, no que poderia constituir o primeiro ataque em terra da campanha militar americana contra o narcotráfico na América Latina.

Washington aumentou nos últimos meses sua campanha de pressão contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a quem acusa de dirigir o suposto Cartel de los Soles. Ontem, ao receber o primeiro-ministro israelense, Trump confirmou a destruição de uma suposta área de embarque de drogas na Venezuela.

"Houve uma grande explosão na área do cais onde carregam as embarcações com drogas", disse Trump. "Atacamos todas as embarcações, e agora atacamos a área, é a área de implementação [...] e já não existe mais", acrescentou.

O presidente americano não informou se foi uma operação militar ou da CIA, agência central de inteligência, nem onde o ataque ocorreu. Disse, apenas, que foi "ao longo da costa".

Questionado se havia voltado a falar com Maduro após um telefonema em novembro, Trump disse que os dois haviam conversado "bem recentemente", mas que o diálogo não havia resultado em "grande coisa".

O presidente americano deu essas declarações ao responder a um pedido para que comentasse uma entrevista de rádio transmitida na última sexta-feira, em que ele pareceu reconhecer pela primeira vez um ataque terrestre na Venezuela.

"Eles têm uma grande fábrica, ou uma grande instalação, de onde enviam, você sabe, de onde vêm os barcos", disse Trump à emissora WABC, de Nova York. "Há duas noites, nós a fizemos voar pelos ares. Nós os atingimos com muita força", acrescentou, sem informar o local da instalação.

O governo da Venezuela não deu nenhuma declaração oficial. O Pentágono encaminhou as perguntas sobre o assunto à Casa Branca, que não respondeu ao contato feito pela reportagem.

Desde setembro, forças americanas realizaram vários ataques contra supostas embarcações de traficantes de drogas, tanto no Mar do Caribe quanto no Pacífico Oriental, que deixaram mais de 100 mortos. Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, esses ataques constituem execuções extrajudiciais, uma acusação que Washington nega.

A isso se soma o bloqueio ordenado por Trump a todos os petroleiros sancionados por Washington que entrarem e saírem da Venezuela. Dois navios foram apreendidos.

Washington acusa Caracas de usar a venda de petróleo para financiar "o narcoterrorismo, o tráfico de pessoas, os assassinatos e os sequestros". Já a Venezuela nega qualquer envolvimento com o tráfico de drogas, e considera que Washington deseja derrubar Maduro para tomar as reservas de petróleo venezuelanas, as maiores do planeta.

Ainda ontem, forças militares dos Estados Unidos anunciaram que duas pessoas morreram em um novo ataque a uma embarcação de supostos narcotraficantes no Pacífico Oriental.

"Os serviços de inteligência confirmaram que a embarcação navegava por rotas conhecidas do narcotráfico no Pacífico Oriental e participava de operações de narcotráfico. Dois narcoterroristas morreram", publicou no X o Comando Sul dos Estados Unidos, que opera na região da América Latina e do Caribe.

O encontro com primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aconteceu em um momento em que Washington pressiona pelo avanço para a próxima etapa do frágil plano de trégua na Faixa de Gaza.

Os dois também trataram da questão do Irã, e Trump afirmou que, se Teerã reconstruir suas instalações nucleares, os Estados Unidos "as derrubarão".

O presidente americano minimizou os relatos sobre tensões com o premiê israelense. O republicano voltou a pedir que o Hamas entregue as armas para avançar para a segunda fase de seu plano de paz para Gaza. "Tem que haver o desarmamento do Hamas", declarou, depois de o braço armado do grupo islamista assegurar que não abrirá mão de suas armas.

Netanyahu elogiou Trump: "Nunca tivemos um amigo como o presidente Trump na Casa Branca". A reunião, a quinta entre os dois líderes realizada nos Estados Unidos este ano, ocorre enquanto autoridades da Casa Branca temem que Israel e o Hamas estejam atrasando a segunda fase do cessar-fogo.

Segundo a imprensa americana, Trump anseia anunciar em janeiro a formação de um governo tecnocrático que substitua o Hamas em Gaza, bem como o envio de uma força internacional de estabilização na faixa.

Rússia acusa Ucrânia de atacar residência de Putin; Zelensky nega

A Rússia acusou, nesta segunda-feira, 29, a Ucrânia de ter lançado drones contra uma residência do presidente Vladimir Putin e anunciou que "revisará" sua postura nas negociações para pôr fim à guerra após esse ataque.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, classificou imediatamente a acusação de Moscou de "mentira", que, segundo ele, busca preparar o terreno para realizar novos ataques contra Kiev e "minar" os esforços diplomáticos liderados pelos Estados Unidos para encerrar o conflito desencadeado pela invasão russa de 2022.

"Não está certo", disse sobre o ataque o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a jornalistas em sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, e acrescentou que estava "muito irritado com isso". "É um período delicado. Este não é o momento certo", acrescentou.

As acusações de Moscou lançam dúvidas sobre o futuro das negociações diplomáticas que se desenvolvem desde novembro para tentar acabar com o conflito mais letal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Em um comunicado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que a Ucrânia lançou durante a noite 91 drones contra a "residência oficial" do presidente russo na região de Novgorod. No entanto, assegurou que todos foram derrubados pela defesa aérea.

Esse ataque, prosseguiu, "foi realizado em plena fase de intensas negociações entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a resolução do conflito ucraniano e não ficará sem resposta".

"Mais uma mentira da Federação da Rússia", denunciou Zelensky durante um encontro virtual com jornalistas. "Eles não querem que a guerra termine", concluiu.

Em paralelo, Putin teve nesta segunda uma conversa por telefone com o presidente americano, Donald Trump, para trocar impressões sobre os avanços das negociações após a reunião de domingo na Flórida entre Trump e Zelensky. O diálogo foi "positivo", indicou a Casa Branca.

Porém, segundo o conselheiro diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov, Putin disse a seu par americano que a posição da Rússia sobre "certos acordos alcançados na fase anterior" e sobre as soluções propostas seria "reavaliada" após o "ataque terrorista" de Kiev.

Zelensky e negociadores de Kiev conversaram por telefone nesta segunda com o enviado americano Steve Witkoff sobre os próximos passos das negociações. O presidente ucraniano afirmou que os Estados Unidos ofereceram a Kiev garantias de segurança "sólidas" perante Moscou por 15 anos prorrogáveis.


 

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