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"O que as mulheres mais veem no YouTube? Não é beleza nem maternidade"
Opinião

"O que as mulheres mais veem no YouTube? Não é beleza nem maternidade"

A pesquisa mostrou que elas estão mais inclinadas a assistir a vídeos how-to do que os homens
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Já faz tempo que ficou ultrapassada a visão de que mulheres só consomem conteúdo sobre beleza ou maternidade. Além de preconceituosa, manter essa visão na área de marketing pode causar prejuízos incalculáveis. Uma prova disso foi a recente pesquisa denominada YouTube Ads Leaderboard, promovida pela própria plataforma de vídeos em âmbito mundial.

 

Por meio de algoritmos, a pesquisa monta um painel de tendências baseado em volume de visualizações promovidas pelos anunciantes do YouTube em qualquer país do mundo, número de visualizações orgânicas dos vídeos (ou seja, sem reforço de patrocínio) e taxa de visualização (quanto de um vídeo as pessoas optam por assistir). O movimento faz parte do projeto Think With Google, que oferece ideias e divulga novidades para a comunidade.


Foi, assim, criada uma lista com os anúncios mais vistos por mulheres, tomando como recorte o período dos anos de 2015 e 2016. Descobriu-se, com a pesquisa, três grandes tendências: aumento expressivo no watch time de temas como negócios, tutoriais e publicidade com mensagem de empoderamento feminino.


Em um ano, quase triplicou o tempo de audiência feminina a vídeos sobre empreendedorismo, como pequenos negócios, notícias empresariais e tipos de serviços para atividades empresariais. Isso demonstra a cegueira de muitos publicitários e criadores de conteúdo que se pautam apenas em estereótipos, por exemplo, de que mulheres consomem, majoritariamente, vídeos sobre saúde, beleza e maternidade.


A pesquisa mostrou ainda que elas estão mais inclinadas a assistir a vídeos how-to (no estilo faça-você-mesmo) do que os homens, inclusive semanalmente. Esse número ainda se intensifica em mães abaixo dos 30 anos: se imaginávamos que, por serem mães, os conteúdos mais destacados relacionavam-se a cuidado com os filhos, a pesquisa mostrou que elas continuam buscando sobre desenvolvimento pessoal.


Pode parecer confuso acreditar que uma mulher tem maior curiosidade em construir uma casa do que fazer maquiagem ou que mães estão mais interessadas em conteúdo sobre negócios do que educação dos filhos. A diferença é que o mundo vem mudando já faz tempo, e as mulheres estão mudando com ele. A nova geração preserva, sim, sua individualidade e, cada vez mais, prova que os estereótipos femininos ficaram ultrapassados. Portanto, se você não só trabalha com marketing digital, mas vive no mundo contemporâneo, acredite em dados, não em estereótipos que caducaram.

 

W. Gabriel

wgabriel@wgabriel.net
Mestre em marketing, professor e consultor de marketing em mídias digitais

 

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