Para qual precipício vamos quando a realização da Conferência Nacional de Educação é posta em dúvida, sem garantia de preparação adequada e de realização, impedindo o pacto por metas para o futuro imediato, sobretudo quando as representações da sociedade civil têm a participação expurgada do Fórum Nacional de Educação?
Para qual precipício vamos quando o MCT&I perde autonomia e é transformado em secretaria de pasta cujo negócio é distribuir emissoras de rádio e canais de TV, com o País perdendo um instrumento de redução de desigualdade regional, pois antes havia garantia de destinar piso de 30% dos Editais dos Fundos Setoriais para as regiões CO, N e NE, sobretudo com a crise do CNPq sobre o qual já se sabe estar sem os recursos que viabilizariam o pagamento das suas bolsas a partir deste setembro?
Para qual precipício vamos quando o Ministério da Fazenda recomenda ao Estado do Rio de Janeiro, que, entre medidas para superar o incrível déficit fiscal derivado de incúrias e roubos praticados por alguns gestores públicos, adote a de fechar suas universidades públicas estaduais, entre elas a Uerj, uma das cinco melhores públicas estaduais do Brasil, outra a Uenf, modelo avançado, moderno, de organização acadêmica?
PS: Enquanto isso, a academia cearense se orgulha do 3º lugar nacional que o Curso de Medicina da Uece alcançou no ranking de desempenho estudantil nas provas do Enade 2016. Como membro da comissão de criação do curso, há 15 anos; como diretor do Centro de Ciências da Saúde, em seu quinquênio inicial de consolidação; e, agora, como reitor da Uece, orgulho-me junto com todos. Há sempre alguma luz que dispara movimentos.
José Jackson Coelho Sampaio
jose.sampaio@uece.brProfessor titular em Saúde Pública e reitor da Uece