Foi, portanto, um “cristianizador ou evangelizador” da filosofia de Platão. Imitando inicialmente seu pai, um pagão de vida devassa, foi também um homem de vida desregrada, convertendo-se depois ao cristianismo, graças às orações de sua mãe, posteriormente canonizada pela Igreja Católica como Santa Mônica. Dentre seus aforismos, destaca-se este: “O dinheiro é o esterco do diabo”, frase repetida pelo papa Francisco, dirigindo-se a empresários católicos. O Bispo de Hipona tinha experiência no assunto, acumulada durante a fase de sua vida amoral, ou imoral, para ser mais fiel à sua moral cristã.
Dizia ele que o dinheiro é o esterco do diabo, quando deixa de ser meio para servir e se transforma na finalidade do serviço ou, parafraseando Viktor Frankl, filósofo e cientista austríaco (1905-1997), criador da Logoterapia, quando seu possuidor passa a ser por ele possuído (Vontade de Sentido, p.122). Noutras palavras: quando se passa a ser dele escravo.
Santo Agostinho tinha razão? Parece que sim, pelo menos quando é obtido de forma criminosa, situação em que suja e escraviza seu possuidor, como parece ser o caso dos envolvidos na Lava Jato.
João Bosco Nogueira
bosco54321@yahoo.com.brProfessor da Universidade Estadual do Ceará (Uece)