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João Bosco Nogueira: "Santo Agostinho tinha razão?"
Opinião

João Bosco Nogueira: "Santo Agostinho tinha razão?"

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Santo Agostinho (354-430 d. C.), conhecido como Agostinho de Hipona, antiga cidade do Norte da África foi, e para muitos ainda é, um dos mais influentes teólogos e filósofos do cristianismo (professor e doutor da Igreja), responsável pela introdução do cristianismo na filosofia de Platão, o mesmo que Santo Tomás de Aquino fez mais tarde, em relação a Aristóteles.

Foi, portanto, um “cristianizador ou evangelizador” da filosofia de Platão. Imitando inicialmente seu pai, um pagão de vida devassa, foi também um homem de vida desregrada, convertendo-se depois ao cristianismo, graças às orações de sua mãe, posteriormente canonizada pela Igreja Católica como Santa Mônica. Dentre seus aforismos, destaca-se este: “O dinheiro é o esterco do diabo”, frase repetida pelo papa Francisco, dirigindo-se a empresários católicos. O Bispo de Hipona tinha experiência no assunto, acumulada durante a fase de sua vida amoral, ou imoral, para ser mais fiel à sua moral cristã.


Dizia ele que o dinheiro é o esterco do diabo, quando deixa de ser meio para servir e se transforma na finalidade do serviço ou, parafraseando Viktor Frankl, filósofo e cientista austríaco (1905-1997), criador da Logoterapia, quando seu possuidor passa a ser por ele possuído (Vontade de Sentido, p.122). Noutras palavras: quando se passa a ser dele escravo.


Santo Agostinho tinha razão? Parece que sim, pelo menos quando é obtido de forma criminosa, situação em que suja e escraviza seu possuidor, como parece ser o caso dos envolvidos na Lava Jato.

 

João Bosco Nogueira

bosco54321@yahoo.com.br

Professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece)

 

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