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Confronto das Ideias. A aplicação de defensivos agrícolas (agrotóxicos), por meio da pulverização aérea, é uma técnica eficiente para controle de pragas no Ceará?
Opinião

Confronto das Ideias. A aplicação de defensivos agrícolas (agrotóxicos), por meio da pulverização aérea, é uma técnica eficiente para controle de pragas no Ceará?

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SIM 

 

A Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), entidade que congrega e representa os produtores rurais no Estado, preocupada com informações divulgadas a respeito das aplicações de defensivos agrícolas, em especial com a tecnologia de aplicação aérea, promoveu no dia 3/10/2017, durante o Agropacto, o I Workshop sobre Aviação Agrícola no Ceará, na intenção de dirimir todas as dúvidas a respeito dessa tecnologia de fundamental importância em um país continental como o nosso. O evento foi logrado de pleno êxito com palestras de especialistas de renome nacional.


Visando difundir amplamente a informação adquirida, durante o evento, a Federação da Agricultura elaborou um Documento Público de Apoio à Manutenção da Pulverização Aérea no Estado

do Ceará, em que, de forma clara e objetiva, apresenta todas as razões pelas quais a Faec e todas as entidades presentes ao importante evento manifestaram o apoio à manutenção dessa importante tecnologia de aplicação, principalmente para a fruticultura, que somente no Estado do Ceará emprega 22.116 pessoas gerando uma renda bruta anual de R$ 1.294.412.000,00 (IBGE/GCEA, MDic/Sist. Alice, Ematerce, Instituto Agropolos, Dnocs/Per. Irrigados/2016).


Hoje, temos certeza de que esta tecnologia de aplicação, além de ser muito mais eficiente que outras já utilizadas, apresenta mais segurança ao trabalhador rural e menor risco de contaminação ambiental, além de constituir fator de economicidade ao processo produtivo, notadamente para a nossa fruticultura, tornando-a mais competitiva no mercado mundial.


A Faec acredita que, por meio dessas ações, está contribuindo de forma positiva para o melhoramento da agricultura em nosso Estado e evitando que tecnologias já utilizadas em todo o mundo sejam retiradas do nosso sistema produtivo, causando prejuízos ao agricultor cearense e reduzindo sua competitividade no comércio mundial.

 

"Esta tecnologia de aplicação, além de ser mais eficiente, apresenta mais segurança ao trabalhador rural"

 

Flávio Viriato de Saboya Neto

presi@faec.org.br

Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec)

 

NÃO


É fato reconhecido pelos historiadores que, à medida que a população mundial foi crescendo, surgiu a necessidade de se ampliar fortemente os resultados agrícolas para não se cair na armadilha malthusiana. As pessoas necessitam de alimentos, roupas, bebidas, fibras, energia. Tudo isso provém da agricultura. Assim, a consequente derrubada das florestas para implantação de monoculturas e pastagens facilitou o aparecimento de pragas e doenças acarretando sérios prejuízos às colheitas. Para resolver tal impasse, o agricultor foi forçado a se utilizar de produtos que combatessem eficazmente insetos, ácaros, nematoides, fungos, bactérias, vírus, além de roedores que atacavam as plantações e os rebanhos. A resposta veio com a utilização dos agrotóxicos em larga escala.


É inegável que, sem a aplicação desses compostos químicos, não seria possível expandir a produção e a produtividade das lavouras.


Os pesticidas são compostos tóxicos. Durante um largo tempo, a utilização desses produtos expandiu-se de modo irresponsável. Em certas regiões onde não há ma fiscalização adequada, sem orientação técnica, esses produtos ainda são usados sem um mínimo de cuidado. Isso ocorre, com maior frequência, na horticultura e na fruticultura.


Estas práticas, reprováveis, obriga os consumidores a tomar cuidados com frutas e verduras consumidos in natura, principalmente quando os produtores costumam usar pesticidas sistêmicos sem a observância do respectivo período de carência.


Mesmo com a retirada do mercado de produtos para agricultura contendo cloro, mercúrio, chumbo, fósforo, arsênio, dentre outros, e o advento de compostos à base de piretrinas, nicotina, rotenona, que representam risco bem reduzido com relação aos primeiros, todos os cuidados e recomendações devem ser mantidos.


Para corrigir abusos e usos incorretos, uma fiscalização rígida se impõe para que não haja danos à saúde humana e desequilíbrio ecológico ou biológico.


Portanto, considerando o risco, todos os agrotóxicos, sem exceção, devem ser aplicados com orientação técnica seguindo sempre as instruções do fabricante.


Outro ponto importante a ser sublinhado se refere ao descarte das embalagens. Lançadas de qualquer modo, podem contaminar os cursos d’água com sérias consequências danosas para o homem e os animais.

 

"Todos os agrotóxicos, sem exceção, devem ser aplicados com orientação técnica seguindo as instruções do fabricante"

 

Manassés Claudino Fonteles

fonteles.manasses@gmail.com

Professor emérito da Universidade Estadual do Ceará (Uece), presidente da Academia Cearense de Medicina e membro da Academia Nacional de Medicina

 

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