A Prefeitura de Fortaleza tem como eixo principal da política de mobilidade urbana o transporte público. Mas, também, vem promovendo forte estímulo à bicicleta como modo de transporte para viagens curtas e médias. Nos últimos 4 anos, Fortaleza vem enfrentando o desafio de melhorar essas condições com inovação, saindo do discurso para a prática. Foi assim que a cidade viu acontecer o Bilhete Único, as faixas e corredores exclusivos para ônibus, os binários, o projeto-piloto de carros elétricos compartilhados e, além do planejamento, incluiu o modal cicloviário definitivamente com extensão da malha cicloviária e uma série de projetos como o Bicicletar, o Bicicleta Integrada e a Ciclofaixa de Lazer.
Em 4 anos, tivemos um aumento de 221% na malha cicloviária, saindo de 68 km para 219 km de infraestrutura cicloviária. Importante ressaltar que, ainda em 2014, foi elaborado o Plano Diretor Cicloviário Integrado de Fortaleza (PDCI), plano que define a meta de 524 km de malha cicloviária em Fortaleza até o ano 2030. A boa notícia é que, por determinação do prefeito Roberto Cláudio, estamos avançando em ritmo mais rápido e deveremos chegar a 350 km já em 2020.
Em termos proporcionais, a infraestrutura cicloviária de nossa cidade já ocupa a terceira posição do Brasil. Em termos absolutos, segundo levantamento do site globo.com, no início deste ano, Fortaleza fica na quarta posição, à frente de Curitiba, por exemplo. A conectividade da malha vai se consolidando à medida que a expansão é realizada. Não poderia ser de outra forma, a não ser que toda a rede fosse implementada de uma única vez, o que é impossível, em qualquer cidade do mundo.
Exemplo disso é a malha oeste, que se iniciou na av. Bezerra de Menezes e depois foi ganhando conectividade pelas avenidas Domingos Olímpio e Antônio Sales. Brevemente, irá se integrar pela av. Aguanambi e BR-116 até Messejana que, por sua vez, já está integrada à av. Washington Soares.
A implantação leva em conta a densidade populacional de cada região, o uso misto do solo e a integração com outros modos de transporte. Os resultados já aparecem. Tomando a Domingos Olímpio como exemplo, tivemos um aumento de 153% no fluxo, passando de 311 para 789 ciclistas no horário de pico da tarde. Vale destacar que hoje é mais seguro pedalar do que há 5 anos. Mesmo considerando o aumento no número de ciclistas, houve redução de 39,5% no número de fatalidades envolvendo ciclistas. Os sistemas de compartilhamento de bicicletas em Fortaleza viraram uma realidade e agora é trabalhar sua expansão, de forma irreversível.
Temos consciência que há muitos desafios a enfrentar, o que é natural, com necessários ajustes, mas também temos a convicção de que avançamos muito e estamos no caminho certo para tornar Fortaleza a cidade mais ciclável do Brasil.
Luiz Alberto Sabóia
luis.saboia@fortaleza.ce.gov.brSecretário-executivo da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza