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À sombra das oligarquias
Opinião

À sombra das oligarquias

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Tipo Notícia

Os fatos históricos sempre nos servem de referência para uma melhor análise de questões políticas e sociais do presente. No Ceará, por exemplo, não se pode esquecer o período entre os anos 1896 e 1912, em que a oligarquia do Presidente Nogueira Acioli esteve à frente do Governo do Estado com uma administração à mão de ferro.

Convém mencionar que a administração do então Presidente do Ceará Nogueira Acioli enfrentou inúmeros problemas que se demonstraram insolúveis: epidemias como a tuberculose e a varíola, dentre outras, pobreza agravada pelos longos anos de seca e insegurança causada pela falta de controle sobre os jagunços e suas tropas que amedrontavam o sertão.

 

Fazendo um paralelo com a realidade política e social dos dias atuais, é fato que vivemos um clima de terrível insegurança com o controle de bairros e cidades inteiras do Ceará nas mãos de gangues que comandam o crime organizado e o comércio de drogas. Tudo isso sem contar com o elevado número de policiais envolvidos com bandidos, segundos estudos abalizados.  

Confiante de que tinha o povo sobre o seu cabresto nos currais eleitorais,  

Nogueira Acioli, em seu estilo arrogante e prepotente, indicou o general Bezerril Fontenelle como seu sucessor para concorrer às eleições de 1912 pelo Partido Republicano Conservador. A oposição liderada pelo Partido Salvacionista e conhecedora da crise que afetava a segurança pública lançou o candidato tenente-coronel Franco Rabelo com o firme propósito de combater os desmandos no Ceará. Não deu outra: a oposição ganhou.  

Há quem afirme que a crise na segurança pública de hoje é semelhante à crise dos tempos da oligarquia aciolina. As semelhanças esbarram por aí. Ou será que se poderia classificar o grupo dos Ferreiras Gomes de Oligarquia? 

 

Também não dá para comparar a administração do governador Camilo Santana de fantoche. Nesse caso, será que a credibilidade do tenente-coronel do exército Franco Rabelo é maior que a do capitão da polícia militar Wagner? Quem sabe a diferença esteja nas armas.

 

Saraiva Júnior saraivajunior.junior@gmail.com Escritor e historiador  

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