A taxa básica de juros da economia brasileira despencou nos últimos dois anos e meio. Em julho de 2015 era de 14,25% ao ano, número que perdurou por quase 12 meses seguidos quando passou a ser reduzida. Hoje o Banco Central a estipula em 6,75%. O objetivo é estimular o consumo, já que os juros para o consumidor também caem, há mais dinheiro circulando e a inflação está controlada em um patamar bastante baixo para os padrões do Brasil.
 

Um outro efeito colateral importante da atual taxa básica afeta quem tem algum dinheiro guardado e gostaria de vê-lo crescer, especialmente a maioria conservadora que tem receio de investir na bolsa de valores ou em fundos de investimentos multimercado ou de renda variável com riscos moderados ou altos. É o caso da poupança, o mais procurado e conservador investimento possível entre todos os disponíveis para os brasileiros. O problema é que cada vez mais a poupança é a aplicação onde o dinheiro menos se valoriza, apesar da não incidência de imposto de renda.
 

Por mês - pela regra 70% da Selic mais TR - o rendimento está em 0,39%, ou seja, se você tiver R$ 10 mil por lá, depois de 30 dias serão R$ 39 a mais. Só que existem outras alternativas mais vantajosas e seguras. Muitas aplicações para o perfil conservador - CDB, LCI e LCA, por exemplo - possuem capacidade real de render bem mais do que a poupança. Para tanto, o dono do dinheiro tem que mostrar interesse em pesquisar, aprender, consultar, comparar, além de fazer algumas concessões, como perder a liquidez imediata por alguns meses, algo plenamente factível.
 

O mercado financeiro funciona como um shopping, em que diversos produtos de grandes bancos são vendidos e onde é possível negociar. Em condições de competição muitas vezes melhores também estão os bancos pequenos e médios que operam exclusivamente na internet, com as mesmas garantias dos bancos enormes, mas com taxas bem mais atrativas. No atual cenário, como há muito tempo não ocorria, se você tem dinheiro na poupança saiba que está deixando de ganhar dinheiro..

Fernando Graziani
fernandograziani@opovo.com.br
Editor-chefe
de Esportes