O atentado, amplamente divulgado e comentado, teve por alvo o candidato a presidente Jair Bolsonaro e o seu agente foi um fanático político, Adélio Bispo. Constatar o fanatismo político do indivíduo em questão não significa porém, negar a existência de um mandante do crime e todos os indícios indicam para algo mais complexo do que o surto isolado de um psicopata. É muito suspeito, por exemplo, que um "lobo solitário" tenha à sua disposição, imediatamente após o atentado, os serviços de quatro caríssimos advogados e é muito sintomático que o fanatismo político tenha se revelado não apenas no criminoso mas também nas sentenças impiedosas que jornalistas, artistas, professores universitários e formadores de opinião em geral vomitaram nas suas redes sociais após o atentado. Frases do tipo "sou totalmente contra a violência, mas faltou acabar o serviço" ou "um pouco mais de sorte e competência para o próximo esfaqueador" proliferaram nas redes sociais.
O acinte, por sua vez, ao qual nos referimos ocorreu na distante Turquia, e foi praticado por um político fanático cujo deboche e indiferença em relação à miséria do seu povo acabou por indignar também os brasileiros que se compadecem do sofrimento dos irmãos do país vizinho. O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, foi filmado sendo servido de suculentas carnes em um restaurante de luxo em Istambul, um dos mais caros do mundo, que cobra cerca de 1.000 dólares por refeição, tendo sido servido pessoalmente pelo célebre chef Nusret Gökçe, mais conhecido pelo apelido de Sal Bae. O que mais chama atenção no vídeo difundido na internet, divulgado pelo próprio Salt Bae, é a destreza deste chef no corte das carnes e a empáfia de Nicolás Maduro com seu charuto cubano. Por isso dizemos que foi um "acinte à faca".
O que há, porém, de extraordinário em alguém ser servido por um chef em um restaurante de luxo? Da mais baixa e ordinária inconveniência política há o fato de que Nicolás Maduro é presidente de um país que está afundado na miséria e na fome, cujo povo está comendo carne estragada para conseguir obter a proteína necessária ao seu organismo.
Mas o que o repasto de luxo de Maduro tem a ver com o processo eleitoral brasileiro? Ora, o regime do acintoso, debochado e cruel ditador Nicolás Maduro é produto de uma concepção política chamada "Socialismo do Século XXI", "chavismo" ou "bolivarianismo" e é sabido que correntes e partidos políticos da esquerda brasileira apoiam abertamente tal regime como é o caso do PT, cujo candidato à Presidência apresenta-se, pelas últimas pesquisas, com grandes chances de disputar o segundo turno com o candidato que sofreu o ainda não explicado atentado à faca.
Alguns afirmam que a eleição de Bolsonaro é um risco para a democracia. Nós afirmamos que a eleição do fantoche de Lula não é apenas um risco para a democracia brasileira, mas a sua sentença de morte. Espero que em breve não tenhamos que escolher entre um militar que saúda uma ditadura do passado e um partido que apoia uma ditadura do presente.
Catarina Rochamonte
catarina.rochamonte@gmail.com
Doutora em Filosofia e professora da Universidade Estadual do Ceará - Uece