A última coluna do jornalista Valdemar Menezes, publicada no domingo (25/11), anunciando sua saída do jornal é profundamente lamentável não só para O POVO, mas para jornalismo cearense e, em especial para os leitores. Esperada a cada domingo, a coluna nos fazia pensar, refletir sobre as mais diversas temáticas, tais como, política, direitos humanos, meio ambiente, problemas sociais, desenvolvimento urbano, garantia de direito para os grupos vulneráveis e pessoas com necessidades especiais. Enfim, temas de grande relevo, com uma abordagem alicerçada num forte compromisso ético-humanista e sempre voltada para a construção da cidadania.

Em sua coluna se refletiam os valores mais elevados que ele tem defendido em sua vida profissional e em sua militância cotidiana em defesa do Estado Democrático de Direito, sempre com muito equilíbrio e respeito aos que pensam diferente.

Abrir este jornal nos domingos e não poder conversar com o Valdemar Menezes vai ser frustrante. Por outro lado, é preciso que respeitemos sua decisão, seguramente muito bem pensada. Mas, tomara que sua inquietude intelectual possa nos oferecer, sempre que possível, como colaborador eventual ou em oportunidades outras, suas reflexões.

Acredito que o espaço da coluna de Valdemar Menezes venha a receber a contribuição de outro articulista que seja, como ele, um contraponto às muitas manifestação de articulistas neoliberais, conservadores e moralistas que vêm alargando seus espaços em páginas da imprensa, estabelecendo uma enorme quebra no pretendido pluralismo de ideias que este jornal e tantos outros devem se preocupar em garantir aos seus leitores.

Como assinante do O POVO sinto-me privilegiado de ter podido, ao longo de tantos anos, desfrutar de seus ricos artigos. Sigamos em frente, caro Valdemar, na teimosa busca de nossas utopias pela construção de um mundo mais justo, fraterno, com justiça e igualdade social.

Mário Mamede

mariomamedef@gmail.com

Médico