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O crime está organizado, e nós?
Opinião

O crime está organizado, e nós?

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Tipo Notícia

Apesar de ter pego muitas pessoas de surpresa, a crise na segurança pública que o Ceará vive não é novidade. Nossa segurança tem andado em marcha ré há anos. Já no início de 2019, o Estado vive uma das principais crises de segurança pública. Estão sendo dias assustadores de ataques criminosos contra prédios públicos e privados, ônibus incendiados, detonação de bombas em viadutos e inúmeros transtornos aos cidadãos. Mais de 200 atentados, em mais de 45 cidades, além de Fortaleza, local de maior concentração dos ataques.

A gravidade da situação que vivemos no Ceará exige que haja um entendimento entre as forças políticas e as forças de segurança do Estado para, assim, encontrar a melhor solução para o problema, que, infelizmente, poderá se repetir, conforme ocorreu em outras ocasiões, como em 2016 e 2017, e em julho de 2018, em que ônibus foram incendiados, cessando os ataques em dois ou três dias, após acordo feito pelo Estado com as facções criminosas. Qualquer tipo de acordo com bandidos de facções é imoral e demonstra a falta de capacidade do Estado.

Para resolver o problema das ruas do Ceará precisamos resolver primeiro o dos presídios. Quantas vezes, enquanto deputado estadual, pedi a instalação de bloqueadores de sinal de celular nos presídios cearenses. Nada foi feito, apesar das tentativas.

Sei dos problemas da gestão atual, reconheço erros e também sei reconhecer acertos. A gravidade do momento pede união, e isso me fez entrar em contato com o governador do Ceará, Camilo Santana, meu adversário político, para conversarmos a respeito de soluções para a crise na segurança. Essa atitude não faz de mim menos opositor dele. Elogiei a escolha de Mauro Albuquerque para secretário da Administração Penitenciária, e senti, assim como acredito que toda a população, a expectativa de ter nossa segurança restabelecida pelo Estado, uma vez que vimos Mauro com pulso firme ao dizer que pretende adotar medidas para tornar mais rigorosa a fiscalização e impedir a entrada de celulares nos presídios do Ceará.

Ressalto sempre que o importante é o bem estar e a segurança da população, que deve estar acima de qualquer disputa política. Precisamos nos unir contra com o crime. O Estado precisa mostrar a força que tem e deve dar ao cidadão cearense a sensação de segurança que merece e que não se sente há muitos anos. n

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