Dias e noites de chuvas intensas fizeram com que moradores de muitos bairros de Fortaleza como o Conjunto João Paulo II e o Barroso, suspendessem os móveis sobre tijolos na tentativa de salvá-los da água barrenta que invade as casas sem prévio anúncio. Na porta de entrada, barricadas de alvenaria feitas às pressas, improvisadas na tentativa de a água não invadir. Tentativas falhas. A água entra levando sonhos e tudo que puder. O desespero de algo pior acontecer sempre está presente.
Há muito, Fortaleza vem sofrendo com problemas de drenagem. Fato este que potencializa enchentes em ruas e avenidas, sobretudo nas áreas de risco. Nesses locais, as águas encontram refúgio e causam prejuízos inestimáveis aos moradores.
Esta semana, visitei o Conjunto João Paulo II e conversei com dezenas de pessoas que relataram o temor de permanecer nas suas casas, pois as paredes estão úmidas e rachadas, com risco de desabamento. Uns esperam indenização por parte da Prefeitura de Fortaleza há meses. Como o problema de alagamentos é recorrente, vários moradores já pediram ajuda à prefeitura bem antes destes novos episódios de enchentes. Ouve-se com frequência relatos de pessoas que contraíram várias doenças diferentes em decorrência desse fato - como leptospirose, dengue e hepatite. Os sintomas mais comuns são infecções, febre, diarreia e vômito.
Problemas históricos geram alagamentos recorrentes em Fortaleza. Ainda bem que nossa cidade é plana e as inundações são momentâneas, senão seria sempre uma tragédia, com vítimas fatais.
No mais, para diminuir o caos vivenciado em dias de chuvas, a Prefeitura de Fortaleza precisa adotar estratégias de drenagem, criando áreas de infiltração a partir das construções, além da desobstrução do lixo nas redes de escoamento, bem como políticas públicas para conscientizar a população quanto ao descarte correto do lixo. São várias soluções para reverter esse gargalo, basta colocá-las em prática. Caso contrário, as soluções serão pontuais e ruas e avenidas de Fortaleza continuarão encobertas por água em dias de chuva.
Minha parte como ser humano e homem público será a de lançar uma campanha de arrecadação de alimentos, roupas e demais itens para ajudar os moradores afetados pelos alagamentos do Conjunto João Paulo II. Aguardamos, também, que a Prefeitura de Fortaleza faça a parte que lhe compete. n