Fortaleza é a única cidade brasileira que tem mais de um milhão de habitantes e está localizada no Cinturão Solar, região que contempla os mais elevados índices de irradiação solar do Brasil, possibilitando a geração de energia solar fotovoltaica. Usando-se apenas 5% do território cearense, possibilitaria gerar energia elétrica para todo o País.

Com a constante evolução, o mundo sente a necessidade de alterar a matriz energética, como tem feito agressivamente a Alemanha, a Austrália e outros países que aderiram à geração distribuída, modalidade onde o consumidor pode gerar sua própria energia, tornando-se um prossumidor. É uma grande oportunidade para o País, em especial o Ceará e, principalmente, Fortaleza, que mereceria uma ousada política pública capaz de gerar emprego e renda. Os telhados da nossa cidade têm potencial de 325 MW para gerar energia capaz de suprir 324 mil residências. Segundo dados do Sebrae e do Sindienergia/CE, cada MW instalado pode criar 47 empregos; logo, seriam mais de 15.000 empregos em toda a cadeia produtiva do setor. Tais usinas (para consumo próprio) poderiam gerar 40.716.000 kWh por mês. No Brasil, o consumo médio de energia residencial é de 158 kWh por mês e, no Ceará, é de 126 kWh. O custo atual da energia residencial é de R$ 0,72/kWh e, com a energia solar fotovoltaica, esse custo poderia baixar, em média, para R$ 0,42/kWh; uma economia de 42%, demonstrando que o investimento pode retornar de 3 a 5 anos.

Precisamos de uma legislação que incentive as famílias a gerarem energia para o seu consumo e até vendê-la para obterem uma renda complementar.

Em Fortaleza, o sol já contribui com a economia do Estado no setor turístico, na produção vegetal, na produção animal e, agora, na energia: é a natureza a serviço do homem. É necessário que os governantes potencializem as oportunidades em favor das pessoas. Fortaleza merece um plano ousado de geração de energia solar para transformar essa riqueza em oportunidades de trabalho para os nossos jovens e para as famílias. É hora agir.