Nas duas últimas semanas as redes sociais foram assoladas por notícias que causaram muita controvérsia e discussões acaloradas entre os internautas. A primeira delas foi o namoro da cantora Anitta com o surfista Pedro Scooby, ex-marido da atriz Luana Piovani. A segunda, o namoro da cantora Ludmilla com uma moça, sua dançarina. E a terceira, a acusação de estupro que recaiu sobre o jogador de futebol Neymar Jr, que, aliás, conseguiu a proeza de dominar a lista dos dez principais trending topics (assuntos mais comentados) do Brasil no Twitter no mesmo dia. E o que essas três notícias têm em comum?
Começando pela polarização entre as pessoas que tomaram partido de uma ou outra parte e começaram a dar sua opinião sobre o que julgavam certo ou errado e, às vezes, de forma muito pouco gentil. O que realmente impressiona é o tempo que as pessoas dedicam a buscar informações sobre a vida de outrem, ao invés de prestar atenção em temas de suma importância para o futuro do País que estão em pauta no momento.
Além disso, temos aqueles que se regozijam em ser os primeiros a terem as notícias antes de todos, os links, os vídeos, as fotos e sair publicando em grupos de WhatsApp e redes sociais. Ato contínuo, surgem os memes que fazem piada de diversos assuntos sérios e acabam banalizando os temas.
A esta verdadeira corrente de disseminação virtual soma-se a cobertura de grandes portais de notícia e os canais de mídia convencional, como televisão e rádio. O resultado é um conteúdo monotemático que absorve a atenção das pessoas e as transforma em "palpiteiros" de plantão. Todo mundo quer mostrar que está por dentro e tem uma opinião formada sobre o assunto.
Mas por que as pessoas acham que sua opinião a respeito da vida privada de uma pessoa que não faz a menor ideia de que elas existem deve ser reverberada publicamente?
Será que estamos nos tornando a versão digital e moderna das fofoqueiras estereotipadas das cidades do interior, que tudo sabem e espalham as notícias sem nem pensar se poderiam estar afetando as vidas alheias?