Em virtude da altíssima taxa de desemprego (aproximadamente 13 milhões de pessoas), segundo dados do IBGE, nunca foi tão alto o índice de brasileiros que almejam empreender. Todavia, vale registrar que ser empreendedor no Brasil não é tarefa fácil. De logo, é possível apontar dois grandes obstáculos, quais sejam, a alta carga tributária e o excesso de burocracia. Saliente-se que segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico o Brasil possui a maior carga tributária da América Latina.
Estima-se que os brasileiros trabalham cinco meses do ano tão somente para pagar tributos, algo que precisa ser alterado, ainda mais quando a prestação dos serviços públicos nem sempre corresponde ao que é pago pelo contribuinte. Ademais, a legislação tributária pátria é bastante complexa: apenas a título de exemplo, desde 1988, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, foram editadas mais de 5 milhões de normas tributárias.
No tocante à burocracia, o cenário não é diferente: conforme dados divulgados pelo Banco Mundial, o Brasil é o país mais burocrático do mundo, calculando-se que as empresas gastam, por ano, duas mil horas e R$ 60 milhões apenas com este problema.
Cumpre esclarecer que, sete entre dez empreendedores auferem, no máximo, três salários mínimos por mês, conforme estudo realizado pelo Sebrae e Instituto Brasileiro de Qualidade de Produtividade. Assim, na realidade, as dificuldades aqui apontadas prejudicam, especialmente, os micros e pequenos empresários, e não os responsáveis por grandes negócios.
São necessárias alterações legislativas semelhantes à Lei Complementar nº 123/2006 (Simples Nacional) que facilitou a formalização dos negócios, unificou diversos tributos, bem como reduziu a burocracia, beneficiando, especialmente, as micros e pequenas empresas.
Portanto, acredita-se que para fomentar o empreendedorismo, que gera emprego e renda para a população, deve-se reduzir a carga tributária e a burocracia, bem como simplificar a legislação tributária pátria.