Para muitas pessoas, o orgulho pode ser entendido como um sentimento egoísta, relacionado à arrogância e à soberba. Mas essa mesma palavra, para a comunidade LGBTIQ , significa, simplesmente, o amor, a resistência e a aceitação por ser exatamente aquilo que se é. Nesse contexto, orgulho quer dizer: não se envergonhar, ainda que te digam, diariamente, o contrário.

Todavia, a celebração desse sentimento não surge somente em razão da vontade dos membros da comunidade LGBTQI em expor sua orientação sexual ou identidade de gênero. A data passou a ser celebrada a partir de junho de 1969, quando no bar StonewallInn, cansados de enfrentarem violência e repressão policial, resolveram resistir e revidar aos ataques naquela madrugada.

Tal ato foi o estopim para que nos anos seguintes mais grupos de resistência e luta por direitos surgissem e se articulassem, marchando por igualdade e respeito, não só nas cidades estadunidenses, berço do ocorrido, mas em muitas outras pequenas e grandes cidades pelo mundo. No Brasil, apesar dos avanços sociais, jurídicos e culturais, a população LGBTQI continua a sofrer com a violência, assédio, estigmatização e exclusão, de modo que, no país, morrem mais LGBTQI do que nos oito países em que se aplicam pena de morte para aqueles que se relacionam com pessoas do mesmo sexo.

Portanto, é cristalina a importância que tem a luta da comunidade LGBTQI , não somente para o alcance de visibilidade e isonomia jurídica, mas, principalmente, pela preservação da vida e dignidade das pessoas, necessitando de olhares atentos contra os retrocessos de qualquer natureza, que direta ou indiretamente, fortaleçam perseguições sofridas e a sensação de insegurança vivenciada pela comunidade LGBTI .

Dessa forma, o orgulho aqui não quer dizer ser maior que o outro e, sim, ser respeitado em todos os seus predicados enquanto ser humano, pois como Paulo Leminsnki já disse: "Isso de ser exatamente o que se é, ainda vai nos levar além. n