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Editorial: Adiamento na entrega do Cinturão das Águas
Opinião

Editorial: Adiamento na entrega do Cinturão das Águas

Edição Impressa
Tipo Notícia

A conclusão do Cinturão das Águas do Ceará, obra crucial para reduzir o problema hídrico no Estado, pode sofrer adiamento, como divulgou este jornal em sua edição de sexta-feira. Com mais da metade das obras concluídas, a previsão de entrega ficou para 2020, em vez de ser concluída até o fim deste ano, segundo informação do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Esse é mais um adiamento, pois a entrega da obra deveria ter ocorrido no segundo semestre de 2018. Os motivos são o atraso no repasse de recursos pelo governo federal - responsável por 81% do orçamento do projeto - e uma dívida de R$ 40 milhões com as construtoras.

O Cinturão foi concebido para receber as águas que serão transferidas pelo Eixo Norte do projeto de integração do Rio São Francisco e abastecerá açudes no Ceará, inclusive o Castanhão, hoje praticamente esvaziado, com apenas 4% de sua capacidade de recepção de água. A conclusão do Eixo Norte está prevista para o fim deste ano, mas também enfrenta problemas, como anotado em editorial deste jornal sobre o assunto, na edição de 29/6/2019. Entretanto, deputados dos estados que serão beneficiados, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, criaram a Frente Parlamentar Interestadual em Defesa das Obras de Transposição para "cobrar juntos" providências do governo federal, segundo afirmou o deputado Guilherme Landim (PDT-CE), um dos articuladores do grupo.

Ao O POVO, por meio de nota oficial, o MDR garantiu que haverá liberação de recursos para a continuidade de vários projetos federais, sendo que R$ 60 milhões serão destinados ao Cinturão das Águas. Mas, segundo o secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, responsável pelas obras no Estado, a União ainda "não acenou" quando haverá nova injeção de recursos. Para Teixeira, as obras somente poderão ser concluídas até o fim do próximo ano se houver "desembolso substancial" de recursos.

Portanto, infelizmente, não há garantia plena que essa obra, fundamental para a segurança hídrica do Ceará, seja entregue no novo prazo previsto. 

 

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