O homem é questionador, busca respostas para o seu existir, da natureza e do próprio universo. Através da Filosofia, da Teologia , da Ciência, queda-se a inculcar explicações. Da Teoria da Relatividade, de Einstein, ao Buraco Negro, manejado por Hawking, e por derradeiro desvendando o Bóson de Higgs - A partícula de Deus, predito por Peter Higgs, na expressão do professor de Física Marcelo Gleiser, a exemplo dos demais animais, seu desiderato maior é a sobrevivência.
Subsiste pela labuta. De Olavo Bilac, no poema O Trabalho: "Tal como a chuva caída fecunda a terra, no estio, para fecundar a vida, o trabalho se inventou". E antes de fazer menção à via-láctea, numa mistura de literatura com astronomia, arremata o mesmo poeta parnasiano: "Ora(direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, que para ouvi-las, muita vez desperto e abro as janelas, pálido de espanto...".
Para o escritor sul-coreano Byung-chul Han, em seu livro Sociedade do Cansaço, o trabalho humano, que teria a finalidade de garantir a sobrevivência pessoal e familiar, apresenta-se hoje com viés de pressão à autocobrança: "Isto é muito mais eficaz do que a exploração pelos outros, porque é acompanhado por um sentimento de liberdade. O explorador é o mesmo explorado. Vítima e carrasco não podem mais diferenciar. Essa autorreferencialidade gera uma liberdade paradoxal, que, por causa das estruturas de obrigação imanentes a ela, torna-se violência (...). Nesta sociedade de obrigação, cada um carrega com ele seu campo de trabalho forçado". Para além do trabalho em condições análogas a de escravo, por muitos ainda negado, dos assédios morais, existenciais e sexuais, da Síndrome de Burnout, dos workaholics e demais formas de espoliação, o excesso de autocobrança surge como mais um grilhão a atormentar o já tão depauperado obreiro brasileiro, que em "reformas" contempla seu vilipêndio, pelos outros e por ele mesmo, na forma mais recente de autoflagelação advinda da autocobrança desmedida! Pobre trabalhador e despossuídos brasileiros! Até quando?