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Haroldo Rodrigues Jr: Negócios de impacto, que bicho é esse?
Opinião

Haroldo Rodrigues Jr: Negócios de impacto, que bicho é esse?

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Haroldo Rodrigues Jr. (Foto: )
Foto: Haroldo Rodrigues Jr.

Traduzir o conceito de negócio de impacto tem sido o grande desafio da nova economia.

Os negócios tradicionais devem perceber que há uma nova geração de empreendedores e investidores pensando de maneira diferente. É lugar comum, pois, os empresários tradicionais perguntarem: o que são negócios de impacto?

O primeiro passo é entender que há uma dinâmica de negócios voltada para o capital humano, para uma geração focada em gerar riqueza transformando a vida das pessoas e dos seus territórios. Só há sentido no negócio se gerar impacto positivo sustentável. O negócio é o meio, o impacto é o fim, simples assim!

Há evidências que sustentam essa análise, vejam: millennials ao serem consultados sobre qual deveria ser o propósito principal das empresas, responderam na sua grande maioria, mais de 63%, que "melhorar a sociedade" é mais importante do que "gerar lucro". Fonte: Deloitte Global Millennial Survey, 2019.

Larry Fink, CEO da BlackRock, maior fundo de investimentos do mundo, no início de 2019, na sua carta anual aos CEOs globais de todas as empresas investidas pela Black, grifou a seguinte mensagem: "... não se trata de escolher entre lucro ou propósito e sim lucro com propósito".

Negócios de impacto desafiam a ideia de que as questões sociais e ambientais devem ser abordadas somente por iniciativas filantrópicas, enquanto os investimentos no mercado devem visar apenas retorno financeiro.

Entretanto, é um olhar humano alinhado com a visão do negócio mais retorno financeiro como consequência do propósito.

O segundo passo é ter estratégias de longo prazo. Impacto se constrói a longo prazo. É legado. É transformação. E, por sua vez, os consumidores/usuários serão parceiros para abraçar e defender uma abordagem de longo prazo para a empresa.

"Se você não está construindo uma empresa que gera impacto positivo nas pessoas, eu não sei qual será o seu modelo de negócio daqui a cinco anos", palavras da ex-vice-presidente sênior de varejo da Apple, Angela Ahrendts.

Ora, que bicho é esse? É um negócio para um mundo melhor. Onde se pensa nas pessoas. Cada negócio é uma escolha e todo dia é dia de escolher. 

 

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